PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
DOMINGO
PLANO DE VIDA; (Coisas muito simples,
curtas, objectivas)
Propósito: Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um
espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para
a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e
escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
1 Quando acabou de dizer estas palavras, Jesus
partiu da Galileia e veio para a região da Judeia, na outra margem do Jordão. 2
Era seguido por grandes multidões e curou ali os seus doentes. 3 Alguns fariseus, para o experimentarem, aproximaram-se
dele e disseram-lhe: «É permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por
qualquer motivo?» 4 Ele respondeu: «Não lestes que o Criador, desde o
princípio, fê-los homem e mulher, 5 e disse: Por isso, o homem deixará o pai e
a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? 6 Portanto, já não são
dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» 7 Eles,
porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de
divórcio, ao repudiá-la?» 8 Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso
coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao
princípio, não foi assim. 9 Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua
mulher - excepto em caso de união ilegal - e casar com outra, comete
adultério.» 10 Os discípulos disseram-lhe: «Se é essa a situação do homem
perante a mulher, não é conveniente casar-se!» 11 Respondeu-lhes Jesus: «Nem
todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado. 12 Há
eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se tornaram eunucos pela
interferência dos homens e há aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos, por
amor do Reino do Céu. Quem puder compreender, compreenda.» 13 Apresentaram-lhe, então, umas crianças, para que lhes
impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos repreenderam-nos. 14 Jesus
disse-lhes: «Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo, pois delas
é o Reino do Céu.» 15 E, depois de lhes ter imposto as mãos, prosseguiu o seu
caminho. 16 Aproximou-se dele um jovem e disse-lhe: «Mestre, que hei-de
fazer de bom, para alcançar a vida eterna?» 17 Jesus respondeu-lhe: «Porque me
interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas, se queres entrar na vida
eterna, cumpre os mandamentos.» 18 «Quais?» - perguntou ele. Retorquiu Jesus:
Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso
testemunho, 19 honra teu pai e tua mãe; e ainda: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. 20 Disse-lhe o jovem: «Tenho cumprido tudo isto; que me falta ainda?» 21
Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro
aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» 22 Ao ouvir
isto, o jovem retirou-se contristado, porque possuía muitos bens. 23 Jesus
disse, então, aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico
entrará no Reino do Céu. 24 Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo
fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.» 25 Ao ouvir isto,
os discípulos ficaram estupefactos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?» 26
Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus
tudo é possível.» 27 Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixámos tudo e
seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?» 28 Jesus respondeu-lhes: «Em
verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do
Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de
sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29 E todo
aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por
causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna. 30
Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os
primeiros.»
Comentário
Eis os Doze! Eis as colunas sobre as quais, Cristo
construirá a Sua Igreja! Homens comuns sem grandes predicados ou instrução e,
no entanto, levaram a cabo o que poderíamos apelidar “missão impossível” e,
mais, completando-a gloriosamente quase todos “pagando” com a própria vida a
sua ousadia. Devemos, todos os homens em geral e os cristãos em particular, uma
autêntica e profunda gratidão pelo que nos deram: A Santa Igreja!
As
instruções de Jesus são claras: «Ide,
primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel» Parece muito lógico
porque o Senhor procura: quer recuperar o que está perdido, desorientado, sem
caminho seguro. Depois, sim, depois virão todos os outros de todos os lugares
da terra porque por todos o Senhor deu a Sua Vida e Ressuscitou. A partir da
Sua Ressurreição todos os homens serão convertidos em filhos de Deus e, então
sim, têm “direito” a conhecer o Reino, a Doutrina para terem pleno acesso à Fé
que salva.
Eis o Colégio Apostólico. Nome muito apropriado a
estes doze homens escolhidos pessoalmente por Jesus Cristo. Apropriado porque,
Ele é o Mestre que ensina e guia. Os doze são os alunos que o seguem, aprendem
e põem em prática o que lhes manda.
Quando um chefe, um rei, um proprietário encomenda a
alguém uma tarefa dá instruções precisas aos enviados para fazerem o que deseja
e como o devem fazer. A iniciativa pessoal será sempre necessária, mas, o
deveras importante, é cumprir quanto e como lhe é encomendado por quem tem o
múnus ou o poder para tal. Seguramente que não será aceite um trabalho mal
feito, apressadamente levado a cabo, sem empenho nem dedicação que garantam a
satisfação de quem deu as ordens e instruções.
Os cristãos têm de ter bem presente que as instruções do Senhor são para
cumprir sem o que correm o risco de se apresentarem julgamento final e decisivo
de mãos vazias, e, aí, já será tarde demais para corrigir.
Como um excelente “director espiritual” Jesus Cristo não
só dá instruções precisas de como actuar como, além disso, recomenda a postura
correcta que o apóstolo deve ter. A nossa iniciativa pessoal fica assim
enformada por estas instruções e não teremos que “inventar” nada para
cumprirmos o que nos propomos. Vamos – todos os homens devem ir – apresentar
algo que não é nosso mas do Senhor, é natural, portanto, que usemos as Suas
instruções com o rigor possível e adequado a cada circunstância. Se assim
procedermos, estamos certos que o nosso trabalho apostólico dará frutos.
Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, insiste na paz
interior de quem tem por missão difundir a Sua Palavra. Ninguém pode conseguir
o que for se não estiver em paz consigo próprio e, esta, só se alcança quando
se está absolutamente seguro de que o que se faz é bem feito, com o empenho
total e a disponibilidade absoluta que Cristo pede aos Seus pastores. Homens
santos, autênticos, de altar, que ponham no seu trabalho de pastores de almas
estritamente o que a Igreja manda, sem acrescentar da sua lavra o que for. A
Santa Igreja é de Cristo, sua Cabeça, a Doutrina é a Doutrina de Cristo e, o
modo de a aplicar é seguindo com obediência e fidelidade estritas o que manda o
Magistério.
Senhor, eu julgo precisar dessas coisas
todas: o oiro, a prata, o vestido, o alforge o calçado… Agarrado a tudo isto e, a tudo o mais que a
minha pobre humanidade me ata, mal me sobra “cabeça” para me entregar ao que de
mim esperas. E, porque esperas de mim tais coisas como se, eu, fosse alguém em
que merecesse a pena confiar? Tu não me conheces, Senhor! Não sabes das minhas
fraquezas, do pouco que sou! Ah!... Mas, Tu, sabes mais, esta é a verdade, e se
me escolhes é porque eu terei capacidade de para corresponder. Ajuda-me,
Senhor, a não defraudar a Tua confiança em mim. Serviam! Despido de coisas supérfluas, nu de roupagens
excessivas e atavios desnecessários, lanço-me à tarefa que me ordenas, meto
ombros aos encargos que me entregas sem me deter a considerar as minhas
misérias, o pouco que sou, o nada que valho. Se o fizesse, ficaria parado,
aturdido pela grandeza da tarefa para os meus fraquíssimos recursos. Não! Se me
escolhes é porque me encontras préstimo; se me chamas é porque desejas que
corresponda. Por isso e sem mais Te digo: Ecce ego quia vocasti me!
Não obstante ser um costume daqueles
tempos - desejar a paz - e, ainda hoje ser comum sobretudo no Oriente,
perdeu-se o sentido profundo do seu verdadeiro significado. Desejar a paz é a
melhor coisa que podemos querer para alguém, querer a paz deveria ser o desejo
de qualquer ser humano. Não esqueçamos, porém, que a paz pessoal, a paz de
espírito é o bem mais precioso que podemos ambicionar porque não é possível
propagar a paz à nossa volta - como é dever de todo o cristão - se nós próprios
não a tivermos em nós.
Fala-se constantemente de paz,
justamente por ela não estar, como deveria, instalada no mundo. A paz
verdadeira, a única que nos deve interessar, é a paz de Cristo. A paz que os
homens almejam não é a conseguida com a imposição, à força quer seja à mesa de
negociações quer alcançada no campo de batalha. Para ter paz é preciso, antes
de mais, estar pronto, disponível para não ceder sem hesitação naquilo que, em
nós, não passa de capricho ou teimosia. Enquanto o não fizermos é inútil
perseguir a paz porque, não a tendo em nós mesmos, jamais a alcançaremos.
Não vamos fazer apostolado carregados - por assim dizer –
com inúmeras virtudes, bens, poderes. Vamos como simples cristãos confiados que
o Senhor porá o que nos faltar, que, talvez seja muito, para nós, mas, para
Ele, nada representa. Não esqueçamos nunca que o apostolado é um trabalho
pessoal que devemos fazer, sempre em nome de Jesus Cristo e nunca nos
preocupemos com a possibilidade de “não estarmos à altura da tarefa”. Ele,
conhece-nos intimamente – melhor que nós próprios nos conhecemos – e, se nos
incita a ser apóstolos é porque, na Sua Infinita Sabedoria, quer que o façamos.
Mal fora se o apostolado estivesse reservado só aos sábios e dotados de
inúmeras virtudes, não teríamos, a maior parte de nós, lugar nessa tarefa. Não
esqueçamos que tudo começou com uns simples doze homens, de escassa cultura e
com inúmeros defeitos e debilidades e, no entanto, o que fizeram ficou para
sempre, ficará para sempre!
Tudo quanto Jesus Cristo anuncia não é um vaticínio,
uma previsão, mas sim uma profecia e, como todas as profecias, há-de
verificar-se palavra por palavra, tal qual sem qualquer alteração. Os profetas
do A T, falavam de forma figurada, por imagens mais ou menos claras, muitas
vezes algo enigmáticas. Jesus Cristo não! Revela com clareza - e até detalhe -
o que acontecerá. Eles profetizavam em nome d’Ele, Ele, afirma o que sabe irá
acontecer.
Parece que Jesus Cristo convida os Seus seguidores a uma
vida impossível, nada atraente. De facto, ao longo dos tempos e até aos dias de
hoje, tudo quanto diz se tem verificado e, às vezes, com violência e
“ferocidade” tais que raiam o inumano. Não obstante, nunca faltaram seguidores
– nem faltarão – alguns de forma tão completa e total que entregam as suas
vidas única e exclusivamente ao Seu serviço. Será que, esta atracção que Cristo
exerce sobre os que O ouvem é assim tão forte e irrecusável? Será que o prémio
prometido excederá em muito o imaginável? Ambas são razões fundamentais e
bastantes para justificar esse cortejo santo de homens e mulheres que seguem
Cristo e vão pela vida espalhando a Sua Palavra, arrastando outros com o seu
exemplo.
Porque será que, seguir Cristo, é tarefa tão difícil e,
ao mesmo tempo, atraente? É possível que – como alguns defendem – o homem seja
intrinsecamente mau e, portanto, seguir Jesus que É intrinsecamente Bom vai
contra a sua natureza? Não! Em primeiro lugar porque o homem não é
intrinsecamente mau nem nunca o poderia ser porque Deus não pode criar nada que
não seja muito bom. E, depois, porque o Demónio se esforça continuamente por o
afastar do caminho recto apresentando-lhe visões de felicidade pessoal que o
atraem e, não poucas vezes, o arrastam. Só que o demónio não pode prometer nada
porque, embora tenha um enorme poder, não pode “comandar” o futuro e, muito
menos, que o que promete seja bom porque, ele, sim, é intrinsecamente mau. Por
isso mesmo Cristo nos ensinou a pedir no “Pai-Nosso”: «não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos do mal»
Não parece muito atraente a decisão de seguir Jesus se
considerar-mos todas as vicissitudes que se apresentarão aos Seus fiéis
seguidores. Há, no entanto, uma promessa solene que o Senhor faz: a assistência
do Espírito Santo em todos os momentos, particularmente naqueles em que o
perigo ou a complexidade da situação seja difícil ou mesmo impossível de
“controlar”. E, como para Deus não há impossíveis e Ele nunca falta ao que
promete, podemos estar descansados e em paz.
De todas a virtudes humanas a perseverança será, talvez, a
mais difícil de conseguir em plenitude. Porque tem de ser diária, constante,
sem pausa. Não se persevera em algo de “tempos a tempos” mas com tenaz
constância como algo que nos torna iguais a nós mesmos, ao que queremos ser, ao
que devemos ser. A perseverança traz consigo um cortejo de virtudes que
dificilmente sobreviveriam se a não tivéssemos.
Não é próprio do cristão ter medo das consequências
que possam advir por seguir Cristo. Isso, que é fácil de dizer, ganha especial
relevância nos dias de hoje em que em diversas partes do mundo se manifesta,
por vezes de forma brutal, o ódio a Cristo, à Sua Igreja, aos cristãos. Por
aqui, na Europa, parece estarmos a salvo dessas perseguições, mas, de facto,
continua e cada vez mais, a necessidade de afirmar as verdades da Fé e
agir sem receio e decididamente contra essas outras formas de ataque à Santa
Igreja, à Fé e princípios cristãos que se manifestam sob a forma de leis
iníquas e atentatórias da dignidade do ser humano em geral e do cristão em
particular.
Jesus Cristo ”sossega” os espíritos dos que O
ouvem e se sentem atraídos pela Sua doutrina mas, ante as dificuldades e
obstáculos que advinham hesitam em dar o “passo decisivo”. Assegura os
“cuidados” e atenção de Deus Pai por cada um dos Seus Filhos e o que,
secretamente alguns tentarão dizer para os afastar ou atemorizar, se virá a
saber publicamente como sendo obra do demónio, o pai da mentira. Diremos: Eu
sou de Cristo! E ouviremos a Sua iniludível confirmação: E, Eu, sou Teu irmão!
Temer
o demónio? Parece que é esta a recomendação de Jesus, tal como Evangelista
escreve, mas o que na verdade quer dizer é que devemos ter cuidado com as
tentações que, quando menos esperamos, ele insinua no nosso espírito. Já o
dissemos e repetimos com absoluta segurança: o demónio não tem qualquer poder
sobre nós a menos que nós próprios lho outorguemos. Nem devemos ter medo das
tentações porque o Senhor prometeu que jamais consentiria que fossemos tentados
além das nossas forças. Uma coisa é ter medo outra, completamente diferente, é
ter cuidado e cautela redobrados, sobretudo naquelas situações ou
circunstâncias em que podemos estar mais frágeis ou pouco vigilantes. No
Pai-Nosso, Jesus Cristo ensinou-nos que não devemos pedir não ser tentados, mas
sim força, ânimo e ajuda para não cairmos na tentação. Ah! E sabemos muito bem
que quanto mais progredimos na nossa união com Cristo mais o demónio se
encarniçará contra nós, por isso, tenhamos especial cuidado na vigilância e
unidade de vida e, assim, estaremos a salvo.
Sem
dúvida que a forma mais eficaz de não cair em tentação é evitar decididamente e
sem delongas as ocasiões e circunstâncias que, bem sabemos, são propícias para
que ocorram. Mais vale prevenir…
Audácia e confiança! É o que o Senhor nos pede a todos os
cristãos. A história da humanidade está repleta de exemplos – que continuam um
pouco por toda a parte ainda nos dias de hoje – desses muitos milhares e
pessoas que escolheram não ter medo, nem receio, nem respeitos humanos, antes
foram por toda a parte anunciando o Evangelho cumprindo o mandato recebido de
Cristo. A Sua Igreja, continuamente regada pelo sangue destes mártires, é Santa
e imperecível. A todos, nós cristãos de hoje, devemos muito, muitíssimo, a
estes autênticos heróis da cristandade.
Em
síntese o que o Senhor nos recomenda é critério na ordem do nosso amor, das
nossas prioridades. Sempre e em qualquer circunstância, o que interessa é
termos Deus em primeiro lugar e observar as condições para O seguir. Senhor:
Que eu saiba ordenar bem o meu amor. Em primeiro lugar… Tu, Senhor do Céu e da
Terra, Criador de todas as coisas. Todos os outros amores, por limpos,
honestos, verdadeiros que sejam, ou possam parecer, devem ordenar-se a este. De
Ti me vem tudo, a própria vida. Tudo, absolutamente, quanto tenho, Te pertence.
Para Ti caminho, de Ti recebo a força, a inspiração, o alento para a caminhada
e ainda o perdão das minhas numerosas faltas. Não guardando agravos,
demonstras, a cada instante, a Tua Omnipotente Misericórdia. Peço-te, Senhor, que recebas o meu amor como se fosse o
único amor que tens na terra. Assim não notarás como é pequeno, miserável... Serei
feliz porque mesmo sabendo o pouco que é, como to dou todo... fico disponível
para me “encher” do Teu...»
Jesus
Cristo não poupa os avisos sobre as dificuldades que, os que O seguirem, hão-de
encontrar. Dificuldades e obstáculos de toda a ordem muitas vezes parecendo
impossíveis de superar. E, de facto, são-no para nós que nada podemos, mas, Ele
não nos faltará nunca para que possamos. Este Senhor, Todo-Poderoso, promete
uma recompensa por um simples copo de água dado em Seu Nome! Vale a pena, pois,
perseverar e lutar sem descanso com confiança absoluta naquele que tudo pode.
A Liturgia repete, no mesmo ano, o mesmo trecho de São
Mateus. Porquê? Julgo que o tema é por demais importante para que os cristãos
tenham bem claro o que Ele pede aos que O seguem ou, desejam segui-lo. Não
esconde nem “emoldura” a verdade, bem ao contrário, mostra as dificuldades e
obstáculos que, os que optarem por esse caminho, hão-de encontrar. Mas, a
verdade, é que nunca faltaram – nem faltarão jamais- homens e mulheres de todas
as raças e condições sociais, que optarão por esse caminho e – atenção – não
necessariamente retirados do mundo, nos claustros de um convento. Na vida
corrente, podemos encontrar a cada passo pessoas que vivem no mundo, mas “não
são do mundo” porque tudo quanto fazem é para honrar e dar glória Deus. São
estes “alicerces” em que se apoia a santidade da Igreja de Jesus Cristo, em que
nos apoiamos todos os cristãos, que nos servem e exemplo a seguir, nos animam e
são, de certo modo, a garantia de que é possível viver como Deus quer que vivamos.
A vida de um cristão é uma vida de luta. Em primeiro
lugar consigo próprio no esforço contínuo de fazer a Vontade de Deus. Para
alguns está luta reveste-se de particular dificuldade e, até, violência,
sobretudo para os que vivem em ambientes adversos onde a prática da fé requer
heroicidade denodada. Temos todos a obrigação de ajudar estes muitos irmãos
nossos rezando por eles e com a oferta de algum sacrifício ou privação.
O grande tema deste trecho de São Mateus é o amor.
Porquê? Porque, na verdade, se trata de ordenar convenientemente o nosso amor.
Se bem que todos os amores sadios, honestos, sinceros sejam de cultivar e ter
em conta é fundamental ter muito claro as prioridades. Em primeiro lugar amar a
Deus sem limites ou condições e, em consequência, amar o próximo. Estes dois
“amores” encerram em si mesmos toda a Lei e garantem a felicidade eterna. É
fácil amar a Deus? Não é, o próprio Jesus Cristo o infere nas palavras deste
texto, mas, por isso mesmo, a recompensa – que na verdade não tinha porque nos
dar – é de tal forma grandiosa e extraordinária que vale bem o esforço da
vontade em consegui-lo.
Parece haver alguma contradição nas palavras de Jesus e o
Seu “título” de PRÍNCIPE DA PAZ. Na verdade, não há porque, como nós
próprios constatamos cada dia que passa é que a paz só é possível com o amor.
Ora, se este amor não está devidamente ordenado, os conflitos são inevitáveis.
Amar a Deus sobre todas as coisas e pessoas, com amor total e sem condições e,
depois, amar os outros – todos os outros – como a nós mesmos. Só cumprindo
estas “condições” da Lei de Deus, pode haver felicidade e paz.
REFLEXÃO
O
previlégio que nos confere o livre arbítrio não nos torna independentes de
Deus; oferece-nos o mérito duma dependência voluntária. Não nos dispensa de
sermos senhores, permite-nos escolher os nossos senhores.
(Georges Chevrot, Jesus e
a Samaritana, Éfeso, 1956, pg 1176-77)
FAMÍLIA
O
quarto mandamento do Decálogo: honrar pai e mãe
2.
Significado e extensão do quarto mandamento
O
quarto mandamento dirige-se expressamente aos filhos nas suas relações com os
seus pais. Refere-se também às relações de parentesco com outros membros do
agregado familiar. Finalmente, estende-se aos deveres dos alunos relativamente
aos professores, dos subordinados em relação com os seus chefes, dos cidadãos
para com a sua pátria, etc. Este mandamento implica e subentende também os
deveres dos pais e de todos os que exercem autoridade sobre outros (cf.
Catecismo, 2199).
SÃO JOSEMARIA – textos
A
tentação do cansaço
Quero prevenir-te de uma
dificuldade que talvez possa aparecer: a tentação do cansaço, do desalento. –
Não está ainda fresca a recordação de uma vida – a tua – sem rumo, sem meta,
sem graça, que a luz de Deus e a tua entrega encaminharam e encheram de
alegria? Não troques disparatadamente isto por aquilo. (Forja,
286)
Se notas que não podes, seja
por que motivo for, diz-lhe, abandonando-te nele: – Senhor, confio em ti,
abandono-me em Ti, mas ajuda a minha debilidade!
E cheio de confiança,
repete-lhe: – Olha para mim, Jesus, sou um trapo sujo; a experiência da minha
vida é tão triste, não mereço ser teu filho. Di-lo...; e di-lo muitas vezes.
Não tardarás em ouvir a sua
voz: "Ne timeas!". – Não
temas! Ou também: "Surge et ambula!".
– Levanta-te e caminha! (Forja, 287)
Comentavas-me, ainda
indeciso: – Como se notam essas alturas em que Nosso Senhor me pede mais!
Só me veio à cabeça
lembrar-te: – Asseguravas-me que só querias identificar-te com Ele, porque
resistes então? (Forja, 288)
Oxalá saibas cumprir esse
propósito que tiraste: "Cada dia morrer um pouco para mim mesmo". (Forja,
289)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.