Quarta-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Simplicidade e modéstia.
Senhor,
ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no
meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de
grandeza e proeminência.
Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.
Senhor,
ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão
excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas
alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo
da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e
protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na
retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno
exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
ANO DE SÃO JOSÉ
REDEMPTORIS
CUSTOS
VI.
PATRONO DA IGREJA DO NOSSO TEMPO
30.
Além da confiança na proteção segura de José, a Igreja tem confiança no seu
exemplo insigne, um exemplo que transcende cada um dos estados de vida e se
propõe a toda a comunidade cristã, sejam quais forem a condição e as tarefas de
cada um dos fiéis.
Como
se diz na constituição do Concílio Vaticano II sobre a Divina Revelação, a
atitude fundamental de toda a Igreja deve ser de “religiosa escuta da palavra
de Deus” (46); ou seja, de absoluta disponibilidade para se pôr fielmente ao
serviço da vontade salvífica de Deus, revelada em Jesus. Logo no princípio da
Redenção humana, nós encontramos o modelo da obediência encarnado, depois de
Maria, precisamente em José, aquele que, se distingue pela execução fiel das
ordens de Deus.
O
Papa Paulo VI exortava a invocar o seu patrocínio, “como a Igreja, nestes
últimos tempos, tem o costume de fazer, para si mesma, antes de mais nada, para
uma espontânea reflexão teológica sobre o conúbio da ação divina com a ação
humana na grande economia da Redenção, no qual, a primeira, a ação divina, é só
por si totalmente suficiente, mas a segunda, a ação humana, a nossa, embora não
seja capaz de fazer coisa alguma sozinha (cf. Jo15, 5), nunca está dispensada
de uma humilde, mas condicional e nobilitante colaboração. Além disso, a Igreja
invoca-o como protetor, por um desejo profundo e atualíssimo de rejuvenescer a
sua existência secular, com autênticas virtudes evangélicas, como as que
refulgem em São José” (47).
Notas:
46)
(Const. dogm. Dei Verbum, n. 1)
47)
(São Paulo VI, Alocução (19/03/1969)
MAGISTÉRIO – PAPAS
CARTA SAMARITANUS BONUS
3
O
Bom Samaritano, de facto, «não só se faz próximo, mas cuida do homem que
encontra quase morto ao lado da estrada». Investe nele não somente o dinheiro
que tem, bem como o que não tem e que espera de ganhar em Jericó, prometendo
que pagará no seu retorno. Assim Cristo nos convida a confiar na sua invisível
graça e impele à generosidade baseada na caridade sobrenatural,
identificando-se com cada doente: «Toda vez que fizestes isto a um só desses
meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes» (Mt 25, 40). A afirmação de
Jesus é uma verdade moral de âmbito universal: «trata-se de “cuidar” da vida
toda e da vida de todos», para revelar o Amor originário e incondicional de
Deus, fonte do sentido de cada vida.
A
este fim, sobretudo nas estruturas hospitalares e assistenciais inspiradas nos
valores cristãos, é mais que nunca necessário fazer um esforço, também
espiritual, para deixar espaço a uma relação construída a partir do
reconhecimento da fragilidade e vulnerabilidade da pessoa doente. A fraqueza,
com efeito, recorda-nos a nossa dependência de Deus e convida a responder-lhe
no respeito devido ao próximo. Daqui nasce a responsabilidade moral, ligada à
tomada de consciência de cada sujeito que cuida do doente (médico, enfermeiro,
familiar, voluntário, pastor) de encontrar-se diante de um bem fundamental e
inalienável – a pessoa humana – que impõe não poder ultrapassar o limite em que
se dá o respeito de si e do outro, ou seja o acolhimento, a tutela e a promoção
da vida humana até que sobrevenha naturalmente a morte. Trata-se, neste
sentido, de ter um olhar contemplativo, que sabe colher na existência própria e
alheia um prodígio único e irrepetível, recebido e acolhido como um dom. É o
olhar de quem não pretende apossar-se da realidade da vida, mas sabe acolhê-la
assim como é, com as suas fadigas e os seus sofrimentos, buscando reconhecer na
doença um sentido pelo qual se deixa interpelar e “guiar”, com a confiança de
quem se abandona ao Senhor da vida que nele se manifesta.
Certamente,
a medicina deve aceitar o limite da morte como parte da condição humana. Chega um
momento em que não há outra coisa a fazer senão reconhecer a impossibilidade de
intervir com terapias específicas em uma doença, que se apresenta em breve
tempo como mortal. É um facto dramático, que deve ser comunicado ao doente com
grande humanidade e também com confiante abertura à perspectiva sobrenatural,
conscientes da angústia que a morte gera, sobretudo em uma cultura que a
esconde. Não se pode, de fato, pensar a vida física como algo a ser conservado
a todo custo – o que é impossível – mas como algo a ser vivido de modo tal a se
poder chegar à livre aceitação do sentido da existência corpórea: «só fazendo
referência à pessoa humana na sua “totalidade unificada”, ou seja, “alma que se
exprime no corpo e corpo informado por um espírito imortal”, pode ser lido o
significado especificamente humano do corpo»[12].
Reconhecer
a impossibilidade de curar, na perspectiva próxima da morte, não significa
todavia o fim do agir médico e dos enfermeiros. Exercitar a responsabilidade
para com a pessoa doente significa assegurar-lhe o cuidado até o fim: «curar se
possível, cuidar sempre (to cure if possible, always to care)»[13]. Esta
intenção de cuidar sempre do doente oferece o critério para avaliar as diversas
ações a se empreender na situação de doença “incurável”: incurável, com efeito,
não é jamais sinônimo de “incuidável”. O olhar contemplativo convida ao
alargamento da noção de cuidado. O objetivo da assistência deve mirar à
integridade da pessoa, garantindo com os meios adequados e necessários o
suporte físico, psicológico, social, familiar e religioso. A fé viva, mantida
nas almas das pessoas ao entorno, pode contribuir à verdadeira vida teologal da
pessoa doente, mesmo se isso não é imediatamente visível. O cuidado pastoral da
parte de todos, familiares, médicos, enfermeiros e capelães, pode ajudar o
doente a perseverar na graça santificante e morrer na caridade, no Amor de
Deus. Perante o caráter inelutável da doença, sobretudo se é crónica e
degenerativa, vindo a faltar a fé, o medo do sofrimento e da morte, e o
desconforto que disso deriva, constituem hoje as causas principais da tentativa
de controlar e gerir a chegada da morte, até antecipando-a, com o pedido de
eutanásia ou de suicídio assistido.
Notas:
(12)
Cfr. São João Paulo II, Carta Enc. Veritatis splendor n. 50: AAS 85 (1993),
1173.
[13]
São
João Paulo II, Discurso aos participantes do Congresso Internacional sobre “Os
tratamentos de suporte vital e estado vegetativo. Progressos científicos e
dilemas éticos” (20 de Março de 2004), n. 7: AAS 96 (2004), 489.
SÃO JOSEMARIA - textos
Vida
interior
Vós
sabeis por experiência pessoal – e têm-me ouvido repetir com frequência, para
evitar desânimos – que a vida interior consiste em começar e recomeçar todos os
dias; e notam no vosso coração, como eu noto no meu, que precisamos de lutar
continuamente. Terão observado no vosso exame – a mim acontece-me o mesmo:
desculpem que faça referências a mim próprio, mas enquanto falo convosco vou
pensando com Nosso Senhor nas necessidades da minha alma – que sofrem
repetidamente pequenos reveses, que às vezes parecem descomunais, porque
revelam uma evidente falta de amor, de entrega, de espírito de sacrifício, de
delicadeza. Fomentem as ânsias de reparação, com uma contrição sincera, mas não
percam a paz. (Amigos de Deus, 13)