30/06/2021

NUNC COEPI: Publicações em Junho 30

 



Quarta-Feira 

 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Simplicidade e modéstia.

Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.

Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.

Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?



ANO DE SÃO JOSÉ

REDEMPTORIS CUSTOS

 

VI. PATRONO DA IGREJA DO NOSSO TEMPO

 

30. Além da confiança na proteção segura de José, a Igreja tem confiança no seu exemplo insigne, um exemplo que transcende cada um dos estados de vida e se propõe a toda a comunidade cristã, sejam quais forem a condição e as tarefas de cada um dos fiéis.

Como se diz na constituição do Concílio Vaticano II sobre a Divina Revelação, a atitude fundamental de toda a Igreja deve ser de “religiosa escuta da palavra de Deus” (46); ou seja, de absoluta disponibilidade para se pôr fielmente ao serviço da vontade salvífica de Deus, revelada em Jesus. Logo no princípio da Redenção humana, nós encontramos o modelo da obediência encarnado, depois de Maria, precisamente em José, aquele que, se distingue pela execução fiel das ordens de Deus.

O Papa Paulo VI exortava a invocar o seu patrocínio, “como a Igreja, nestes últimos tempos, tem o costume de fazer, para si mesma, antes de mais nada, para uma espontânea reflexão teológica sobre o conúbio da ação divina com a ação humana na grande economia da Redenção, no qual, a primeira, a ação divina, é só por si totalmente suficiente, mas a segunda, a ação humana, a nossa, embora não seja capaz de fazer coisa alguma sozinha (cf. Jo15, 5), nunca está dispensada de uma humilde, mas condicional e nobilitante colaboração. Além disso, a Igreja invoca-o como protetor, por um desejo profundo e atualíssimo de rejuvenescer a sua existência secular, com autênticas virtudes evangélicas, como as que refulgem em São José” (47).

 

Notas:

46) (Const. dogm. Dei Verbum, n. 1)

47) (São Paulo VI, Alocução (19/03/1969)

 


MAGISTÉRIO – PAPAS

CARTA SAMARITANUS BONUS

CARTA SAMARITANUS BONUS

3

 

O Bom Samaritano, de facto, «não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada». Investe nele não somente o dinheiro que tem, bem como o que não tem e que espera de ganhar em Jericó, prometendo que pagará no seu retorno. Assim Cristo nos convida a confiar na sua invisível graça e impele à generosidade baseada na caridade sobrenatural, identificando-se com cada doente: «Toda vez que fizestes isto a um só desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes» (Mt 25, 40). A afirmação de Jesus é uma verdade moral de âmbito universal: «trata-se de “cuidar” da vida toda e da vida de todos», para revelar o Amor originário e incondicional de Deus, fonte do sentido de cada vida.

A este fim, sobretudo nas estruturas hospitalares e assistenciais inspiradas nos valores cristãos, é mais que nunca necessário fazer um esforço, também espiritual, para deixar espaço a uma relação construída a partir do reconhecimento da fragilidade e vulnerabilidade da pessoa doente. A fraqueza, com efeito, recorda-nos a nossa dependência de Deus e convida a responder-lhe no respeito devido ao próximo. Daqui nasce a responsabilidade moral, ligada à tomada de consciência de cada sujeito que cuida do doente (médico, enfermeiro, familiar, voluntário, pastor) de encontrar-se diante de um bem fundamental e inalienável – a pessoa humana – que impõe não poder ultrapassar o limite em que se dá o respeito de si e do outro, ou seja o acolhimento, a tutela e a promoção da vida humana até que sobrevenha naturalmente a morte. Trata-se, neste sentido, de ter um olhar contemplativo, que sabe colher na existência própria e alheia um prodígio único e irrepetível, recebido e acolhido como um dom. É o olhar de quem não pretende apossar-se da realidade da vida, mas sabe acolhê-la assim como é, com as suas fadigas e os seus sofrimentos, buscando reconhecer na doença um sentido pelo qual se deixa interpelar e “guiar”, com a confiança de quem se abandona ao Senhor da vida que nele se manifesta.

Certamente, a medicina deve aceitar o limite da morte como parte da condição humana. Chega um momento em que não há outra coisa a fazer senão reconhecer a impossibilidade de intervir com terapias específicas em uma doença, que se apresenta em breve tempo como mortal. É um facto dramático, que deve ser comunicado ao doente com grande humanidade e também com confiante abertura à perspectiva sobrenatural, conscientes da angústia que a morte gera, sobretudo em uma cultura que a esconde. Não se pode, de fato, pensar a vida física como algo a ser conservado a todo custo – o que é impossível – mas como algo a ser vivido de modo tal a se poder chegar à livre aceitação do sentido da existência corpórea: «só fazendo referência à pessoa humana na sua “totalidade unificada”, ou seja, “alma que se exprime no corpo e corpo informado por um espírito imortal”, pode ser lido o significado especificamente humano do corpo»[12].

Reconhecer a impossibilidade de curar, na perspectiva próxima da morte, não significa todavia o fim do agir médico e dos enfermeiros. Exercitar a responsabilidade para com a pessoa doente significa assegurar-lhe o cuidado até o fim: «curar se possível, cuidar sempre (to cure if possible, always to care)»[13]. Esta intenção de cuidar sempre do doente oferece o critério para avaliar as diversas ações a se empreender na situação de doença “incurável”: incurável, com efeito, não é jamais sinônimo de “incuidável”. O olhar contemplativo convida ao alargamento da noção de cuidado. O objetivo da assistência deve mirar à integridade da pessoa, garantindo com os meios adequados e necessários o suporte físico, psicológico, social, familiar e religioso. A fé viva, mantida nas almas das pessoas ao entorno, pode contribuir à verdadeira vida teologal da pessoa doente, mesmo se isso não é imediatamente visível. O cuidado pastoral da parte de todos, familiares, médicos, enfermeiros e capelães, pode ajudar o doente a perseverar na graça santificante e morrer na caridade, no Amor de Deus. Perante o caráter inelutável da doença, sobretudo se é crónica e degenerativa, vindo a faltar a fé, o medo do sofrimento e da morte, e o desconforto que disso deriva, constituem hoje as causas principais da tentativa de controlar e gerir a chegada da morte, até antecipando-a, com o pedido de eutanásia ou de suicídio assistido.

 

Notas:

(12) Cfr. São João Paulo II, Carta Enc. Veritatis splendor n. 50: AAS 85 (1993), 1173.

[13] São João Paulo II, Discurso aos participantes do Congresso Internacional sobre “Os tratamentos de suporte vital e estado vegetativo. Progressos científicos e dilemas éticos” (20 de Março de 2004), n. 7: AAS 96 (2004), 489.

 


 

SÃO JOSEMARIA - textos

Vida interior

Vós sabeis por experiência pessoal – e têm-me ouvido repetir com frequência, para evitar desânimos – que a vida interior consiste em começar e recomeçar todos os dias; e notam no vosso coração, como eu noto no meu, que precisamos de lutar continuamente. Terão observado no vosso exame – a mim acontece-me o mesmo: desculpem que faça referências a mim próprio, mas enquanto falo convosco vou pensando com Nosso Senhor nas necessidades da minha alma – que sofrem repetidamente pequenos reveses, que às vezes parecem descomunais, porque revelam uma evidente falta de amor, de entrega, de espírito de sacrifício, de delicadeza. Fomentem as ânsias de reparação, com uma contrição sincera, mas não percam a paz. (Amigos de Deus, 13)

 

 

 

 

29/06/2021

NUNC COEPI: Publicações em Junho 29

 

 


Terça-Feira 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

PLANO DE VIDA

Propósito: Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me: Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 


ANO DE SÃO JOSÉ

REDEMPTORIS CUSTOS

 

VI. PATRONO DA IGREJA DO NOSSO TEMPO

 

29. Este patrocínio deve ser invocado e continua sempre a ser necessário à Igreja, não apenas para a defender dos perigos, que continuamente se levantam, mas também e sobretudo para a confortar no seu renovado empenho de evangelização do mundo e de levar por diante a nova evangelização dos países e nações “onde - como eu escrevia na Exortação Apostólica Christifideles laici - a religião e a vida cristã foram em tempos tão prósperas”, mas “se encontram hoje submetidas a dura provação” (45). Para levar o primeiro anúncio de Cristo ou para voltar a apresentá-lo onde ele foi deixado de lado ou esquecido, a Igreja precisa de uma particular “força do Alto” (cf. Lc 24, 49), que é dom do Espírito do Senhor, certamente, mas não anda separada da intercessão e do exemplo dos seus Santos.

 

Notas:

(Cf. Ex. Apost. Christifideles laici (30/12/1988), n. 34).

 



SÃO PEDRO e SÃO PAULO

 


SACRAMENTOS

O Matrimónio

A íntima comunidade de vida e de amor conjugal entre o homem e a mulher é sagrada e está estruturada segundo leis estabelecidas pelo Criador, que não dependem do arbítrio humano.

O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima para toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, entre os baptizados foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento (CDC, 1055 §1).


 

SÃO JOSÉ MARIA - textos

Segurança do cristão

Qui habitat in adiutorio Altissimi in protectione Dei coeli commorabitur – Habitar sob a protecção de Deus, viver com Deus: eis a arriscada segurança do cristão. É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d'Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em prática.

(São Josemaria, Cristo que passa, 58)

 

 

 

 

28/06/2021

NUNC COEPI: Publicações em Junho 28

 


  

Segunda-Feira

 

Pequena agenda do cristão

 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me: Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 


ANO DE SÃO JOSÉ

REDEMPTORIS CUSTOS

 

VI. PATRONO DA IGREJA DO NOSSO TEMPO

 

28. Em tempos difíceis para a Igreja, Pio IX, desejando confiá-la à especial proteção do Santo Patriarca José, declarou-o “Patrono da Igreja católica” (42). Esse Sumo Pontífice sabia que não estava realizando um gesto descabido, porque, em virtude da excelsa dignidade concedida por Deus a este seu servo fidelíssimo, “a Igreja, depois da Virgem Santíssima, esposa Dele, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Bem-aventurado José e, no meio das angústias, de preferência foi a ele que recorreu” (43).

Quais são os motivos de tão grande confiança? O Papa Leão XIII expõe-nos assim: “As razões pelas quais o Bem-aventurado José deve ser considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar muitíssimo da sua protecção e do seu patrocínio, provêm principalmente do facto de ele ser esposo de Maria e pai putativo de Jesus (...). José foi a seu tempo legítimo e natural guarda, chefe e defensor da divina Família (...). É algo conveniente e sumamente digno para o Bem-aventurado José, portanto, que, de modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo” (44).

Notas:

42) Cf. SACR. RITUUM CONGR., Decr. Quemadmodum Deus (08/12/1870).

43) Cf. SACR. RITUUM CONGR., Decr. Quemadmodum Deus (08/12/1870).

44) LEÃO XIII, Carta Enc. Quamquam pluries (15/08/1889).

 


FILOSOFIA – VIDA HUMANA

A frase “Deus olhou para todas as coisas e viu que eram boas” encerra um sentido subtil, que o pessimista popular não pode entender ou tem demasiada pressa em contestar. É a tese de que não há coisas más, mas somente mau uso das coisas. Ou, se o preferirem, não há coisas más, mas somente maus pensamentos e, em especial, más intenções. Na verdade, só os calvinistas podem crer que o inferno esteja pavimentado com boas intenções. É exactamente esta a única coisa com que não pode estar pavimentada. É possível, todavia, ter más intenções quanto a coisas boas; e coisas boas, como o mundo e a carne, têm sido de facto deturpadas por uma intenção má chamada demónio. Mas não é ele que pode fazer más as coisas; estas estão exactamente como no primeiro dia da criação. Só o trabalho do céu foi material: a fabricação de um mundo material. O trabalho do inferno é puramente espiritual.

(G. K. Chesterton, São Tomás de Aquino)



SÃO JOSEMARIA – textos

Querer a todos, compreender, desculpar

O amor às almas, por Deus, faz-nos querer a todos, compreender, desculpar, perdoar... Devemos ter um amor que cubra a multidão das deficiências das misérias humanas. Devemos ter uma caridade maravilhosa, "veritatem facientes in caritate", defendendo a verdade, sem ferir. (Forja, 559)

Se vos examinardes com valentia na presença de Deus, vós, tal como eu, sentir-vos-eis diariamente carregados de muitos erros. Quando lutamos por arrancá-los com a ajuda divina, carecem de verdadeira importância e podem ser superados, embora pareça que nunca conseguimos desarraigá-los totalmente. Além disso, independentemente dessas fraquezas, tu contribuirás para remediar as grandes deficiências dos outros, sempre que te empenhares em corresponder à graça de Deus. Reconhecendo-te tão fraco como eles - capaz de todos os erros e de todos os horrores - serás mais compreensivo, mais delicado e, ao mesmo tempo, mais exigente, para que todos nos decidamos a amar a Deus com o coração inteiro. Nós, os cristãos, os filhos de Deus, temos de prestar assistência aos outros, pondo em prática honradamente o que aqueles hipócritas retorcidamente elogiavam ao Mestre: Não olhas à condição das pessoas. Isto é, havemos de rejeitar por completo a acepção de pessoas - interessam-nos todas as almas! - embora, logicamente, devamos começar por ocupar-nos daquelas que, por esta ou aquela circunstância, e até só por motivos aparentemente humanos, Deus colocou ao nosso lado. (Amigos de Deus, 162)

 

 

 

 

 

27/06/2021

NUNC COEPI: Publicações em Junho 27

 



DOMINGO

 

PLANO DE VIDA;  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?



ANO DE SÃO JOSÉ

 

REDEMPTORIS CUSTOS

 

V. O PRIMADO DA VIDA INTERIOR

 

27. A comunhão de vida entre José e Jesus leva-nos a considerar ainda o mistério da Encarnação precisamente sob o aspecto da humanidade de Cristo, instrumento eficaz da divindade para a santificação dos homens: “Por força da divindade, as acções humanas de Cristo foram salutares para nós, produzindo em nós a graça, quer em razão do mérito, quer por uma certa eficácia” (São Pio XII, Carta Enc. Haurietis aquas (15/05/1956).

Entre estas ações os Evangelistas privilegiam aquelas que dizem respeito ao mistério pascal; mas não deixam de frisar bem a importância do contacto físico com Jesus em ordem às curas de enfermidades (cf. por exemplo, Mc 1,41) e a influência por ele exercida sobre João Baptista, quando ambos estavam ainda no seio materno (cf. Lc 1,41-44).

O testemunho apostólico não deixou de lado - como já se viu - a narração do nascimento de Jesus, da circuncisão, da apresentação no templo, da fuga para o Egipto e da vida oculta em Nazaré, por motivo do “mistério” de graça contido em tais “gestos”, todos eles salvíficos, porque todos participavam da mesma fonte de amor: a divindade de Cristo. Se este amor se irradiava, através da sua humanidade, sobre todos os homens, certamente eram por ele beneficiados, em primeiro lugar, aqueles que a vontade divina tinha posto na sua maior intimidade: Maria, sua Mãe, e José, seu pai putativo.

Uma vez que o amor “paterno” de José não podia deixar de influir sobre o amor “filial” de Jesus e, vice-versa, o amor “filial” de Jesus não podia deixar de influir sobre o amor “paterno” de José, como chegar a conhecer as profundezas desta singularíssima relação? Justamente, pois, as almas mais sensíveis aos impulsos do amor divino vêem em José um exemplo luminoso de vida interior.

Mais ainda, a aparente tensão entre a vida ativa e a vida contemplativa tem em José uma superação ideal, possível para quem possui a perfeição da caridade. Atendo-nos à conhecida distinção entre o amor da verdade (caritas veritatis) e as exigências do amor (necessitas caritatis), podemos dizer que José fez a experiência quer do amor da verdade, ou seja, do puro amor de contemplação da Verdade divina que irradiava da humanidade de Cristo, quer das exigências do amor, ou seja, do amor igualmente puro do serviço, requerido pela proteção e pelo desenvolvimento dessa mesma humanidade. (Cf. S. TOMÁS DE AQUINO, Summa Theol. II-IIae, q. 182, a. 1, ad 3)

 


FILOSOFIA – VIDA HUMANA

Filosofia e Religião, Vida Humana

Matrimónio

Quando se trata de conciliar o amor conjugal com a transmissão da vida, a moralidade do comportamento não depende apenas da sinceridade da intenção e da apreciação dos motivos; deve também determinar-se por critérios objectivos, hauridos na natureza da pessoa e dos seus actos; critérios que respeitem, num contexto de amor autêntico, o sentido da mútua doação e da procriação humana… Segundo estes princípios não é lícito aos filhos aos filhos da Igreja adoptar, na regulação dos nascimentos, caminhos que o Magistério, explicitando a lei divina, reprova.

 

(Conc. Vaticano II, Const. Gaudium et Spes, 51)

 


SÃO JOSEMARIA - textos

A única medida é amar sem medida

Cumpres um plano de vida exigente: madrugas, fazes oração, frequentas os Sacramentos, trabalhas ou estudas muito, és sóbrio, mortificas-te..., mas notas que te falta alguma coisa! Leva ao teu diálogo com Deus esta consideração: como a santidade (a luta por atingi-la) é a plenitude da caridade, tens de rever o teu amor a Deus e, por Ele, aos outros. Talvez descubras então, escondidos na tua alma, grandes defeitos contra os quais nem sequer lutavas: não és bom filho, bom irmão, bom companheiro, bom amigo, bom colega; e, como amas desordenadamente "a tua santidade", és invejoso. "Sacrificas-te" em muitos pormenores "pessoais"; e por isso estás apegado ao teu eu, à tua pessoa e, no fundo, não vives para Deus nem para os outros; só para ti. (Sulco, 739)

A misericórdia não se limita a uma simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade que, ao mesmo tempo, traz consigo a superabundância da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente repassado por um amor rijo, sacrificado e generoso. Assim glosa S. Paulo a caridade no seu canto a esta virtude: A caridade é paciente, é benéfica; a caridade não é invejosa, não actua precipitadamente; não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não pensa mal dos outros, não folga com a injustiça, mas compraz-se na verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. (Amigos de Deus, 232)

 

26/06/2021

NUNC COEPI: Publicações em Junho 26

 


                                                           Sábado 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

PLANO DE VIDA

 

Propósito: Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

 

Lembrar-me: Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.

Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

 

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 


ANO DE SÃO JOSÉ

REDEMPTORIS CUSTOS

 

V. O PRIMADO DA VIDA INTERIOR

 

26. O sacrifício total, que José fez da sua existência inteira, às exigências da vinda do Messias à sua própria casa, encontra a motivação adequada na “sua insondável vida interior, da qual lhe provêm ordens e consolações singularíssimas; dela lhe decorrem também a lógica e a força, própria das almas simples e límpidas, das grandes decisões, como foi a de colocar imediatamente à disposição dos desígnios divinos a própria liberdade, a sua legítima vocação humana e a felicidade conjugal, aceitando a condição, a responsabilidade e o peso da família e renunciando, por um incomparável amor virgíneo, ao natural amor conjugal que constitui e alimenta a mesma família”. (São Paulo Vi, Alocução (19/03/1969)

Esta submissão a Deus, que é prontidão de vontade para se dedicar às coisas que dizem respeito ao seu serviço, não é mais do que o exercício da devoção, que constitui uma das expressões da virtude da religião. (Cf.São Tomás de Aquino, Summa Theol. II-IIae, q. 82, a. 3, ad 2).

 


VIRTUDES

VIRTUDES – Prudência 7

UMA VEZ QUE SE TOMOU UMA DECISÃO, ELA DEVE PÔR-SE EM PRÁTICA COM RAPIDEZ E DILIGÊNCIA

Para ser prudente, não basta resolver aconselhar-se bem e julgar rectamente sobre o que se deve fazer. É preciso pôr em prática o que se julgou conveniente. Não o fazer, omiti-lo seria imprudente. Este acto, que consiste em pôr em prática o que se tem de fazer, é o acto próprio da virtude da prudência 9. Portanto, a prudência pode definir-se como “a virtude da função imperativa da razão prática que determina directamente a acção».

 


SÃO JOSEMARIA – textos

 

Sempre o tens a teu lado

Que maravilhosa é a eficácia da Sagrada Eucaristia, na acção - e, antes, no espírito - das pessoas que a recebem com frequência e piedosamente. (Forja, 303)

Se aqueles homens, por um bocado de pão - mesmo sendo muito grande o milagre da multiplicação, se entusiasmaram e Te aclamaram, que devemos fazer nós pelos muitos dons que nos concedeste e, especialmente, porque Te entregas a nós sem reservas na Eucaristia? (Forja, 304)

- Menino bom: como beijam as flores, a carta, a recordação de quem amam, os amadores da terra!...

- E tu? Poderás esquecer-te alguma vez de que o tens sempre a teu lado... a Ele!? Esqueces-te... de que o podes comer? (Forja, 305)