23/03/2021

Leitura Espiritual Mar 23

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc XI, 33-54

 

A lâmpada

33 «Ninguém acende uma candeia, para a colocar num lugar escondido ou debaixo do alqueire; mas coloca-a no candelabro, para que vejam a luz aqueles que entram. 34 A candeia do teu corpo são os teus olhos. Se os teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo estará iluminado; mas se estiverem em mau estado, o teu corpo estará em trevas. 35 Examina, pois, se a luz que há em ti não é escuridão. 36 Se todo o teu corpo está iluminado, não tendo parte alguma tenebrosa, todo ele será luminoso, como quando a candeia te ilumina com o seu fulgor.»

 

A censura dos fariseus

37 Mal Jesus tinha acabado de falar, um fariseu convidou-o para almoçar na sua casa; Ele entrou e pôs-se à mesa. 38 O fariseu admirou-se de que Ele não se tivesse lavado antes da refeição. 39 O Senhor disse-lhe: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e de maldade. 40 Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? 41 Antes, dai esmola do que possuís, e para vós tudo ficará limpo. 42 Mas ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as plantas e descurais a justiça e o amor de Deus! Estas eram as coisas que devíeis praticar, sem omitir aquelas. 43 Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e de ser cumprimentados nas praças! 44 Ai de vós, porque sois como os túmulos, que não se vêem e sobre os quais as pessoas passam sem se aperceberem!»

 

Jesus censura os doutores

45 Um doutor da Lei tomou a palavra e disse-lhe: «Mestre, falando assim, também nos insultas a nós.» 46 Mas Ele respondeu: «Ai de vós, também, doutores da Lei, porque carregais os homens com fardos insuportáveis e nem sequer com um dedo tocais nesses fardos! 47 Ai de vós, que edificais os túmulos dos profetas, quando os vossos pais é que os mataram! 48 Assim, dais testemunho e aprovação aos actos dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós edificais-lhes sepulcros. 49 Por isso mesmo é que a Sabedoria de Deus disse: ‘Hei-de enviar-lhes profetas e apóstolos, a alguns dos quais darão a morte e a outros perseguirão, 50 a fim de que se peça contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51 desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o santuário.’ Sim, Eu vo-lo digo, serão pedidas contas a esta geração. 52 Ai de vós, doutores da Lei, porque vos apoderastes da chave da ciência: vós próprios não entrastes e impedistes a entrada àqueles que queriam entrar!» 53 Quando saiu dali os doutores da Lei e os fariseus começaram a pressioná-lo fortemente com perguntas e a fazê-lo falar sobre muitos assuntos, 54 armando-lhe ciladas e procurando apanhar-lhe alguma palavra para o acusarem.

 

Texto

 


MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II

PARA A QUARESMA DE 1988

 

 Amados irmãos e irmãs em Cristo:

 

Com alegria e esperança, ao dirigir-vos esta Mensagem de Quaresma, desejaria exortar-vos à penitência, que produza em vós os abundantes frutos espirituais de uma vida cristã mais dinâmica e de uma caridade efectiva.

 

O tempo da Quaresma, que marca profundamente a vida de todas as comunidades cristãs, favorece o espírito de recolhimento, de oração e de escuta da Palavra de Deus; convida a responder generosamente ao apelo do Senhor expresso pelo Profeta: «Sabeis qual é o jejum que eu aprecio?.... é repartir o pão com o faminto, dar abrigo aos infelizes sem tecto... Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá, clamarás e Ele dirá: Eis-Me aqui!» (Is 58, 6.7.9).

 

A Quaresma de 1988 vai decorrer no contexto do Ano Mariano, ao aproximar-se o segundo Milénio do nascimento de Jesus, o Salvador. Contemplando a maternidade divina de Maria, daquela que trouxe no seu seio o Filho de Deus e rodeou de solicitude especial a infância de Jesus, apresenta-se ao meu espírito o drama doloroso de muitas mães que vêem frustradas as suas esperanças e alegrias pela morte prematura dos seus filhos.

 

Sim, amados Irmãos e Irmãs, peço-vos que volvais a atenção para este escândalo da mortalidade infantil, cujas vítimas diariamente se contam às dezenas de milhares. Há crianças que morrem antes de terem visto a luz do dia, outras não têm senão uma breve e dolorosa existência encurtada por enfermidades que no entanto, hoje, seria fácil evitar.

 

Inquéritos sérios mostram que nos países mais cruelmente provados pela pobreza, é na população infantil que se regista o maior número de mortes por desidratação aguda, parasitas, água contaminada, fome, falta de vacinação contra as epidemias e até mesmo por falta de carinho.

 

Em tais condições de miséria, grande número de crianças morre prematuramente; outras ficam de tal maneira afectadas, que o seu desenvolvimento físico e psíquico resta comprometido, a sua própria sobrevivência se torna precária e encontrar-se-ão numa situação de desvantagem para terem um lugar na sociedade.

 

As vítimas desta tragédia são as crianças que nascem em situações de pobreza, que com muita frequência resultam de injustiças sociais; e são as famílias que carecem dos meios necessários e que ficam feridas para sempre pela morte precoce dos seus filhos.

 

Tenhamos presente aquela resoluta solicitude com que o Senhor Jesus se quis mostrar solidário com as crianças: Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles e disse: «Quem receber um menino como este, em Meu nome, é a Mim que recebe ... », e ordenou-lhes: «Deixai as criancinhas e não as impeçais de vir a Mim» (cf. Mt 18, 2.5; 19, 14).

 

Exorto-vos vivamente, neste tempo litúrgico da Quaresma, a deixar-vos conduzir pelo Espírito de Deus, que pode quebrar as cadeias do egoísmo e do pecado. Partilhai, em espírito de solidariedade, com os que menos recursos têm. Dai, não só do que vos sobeja, mas até mesmo daquilo que talvez vos seja necessário, a fim de apoiar generosamente todas as actividades e programas da vossa Igreja local; e, especialmente, fazei-o para assegurar um futuro justo às crianças mais desprotegidas.

 

Assim, amados Irmãos e Irmãs em Cristo, brilhará a vossa Caridade: «Então, vendo as vossas boas obras, todos glorificarão o vosso Pai, que está nos Céus» (Mt 5, 16).

 

Que nesta Quaresma, seguindo o exemplo de Maria, que acompanhou fielmente o seu Filho até à Cruz, se fortifique a nossa fidelidade ao Senhor e que a nossa vida generosa testemunhe a nossa obediência aos seus mandamentos!

 

Abençôo-vos, de todo o coração, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amen.

 

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

 

 

 

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