CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE
DO
PAPA FRANCISCO
POR
OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ COMO PADROEIRO UNIVERSAL
DA IGREJA
7.
Pai na sombra
O
escritor polaco Jan Dobraczyński, no seu livro A Sombra do Pai, (Edição
original: Cień Ojca (Varsóvia 1977) narrou a vida de São José em forma de
romance. Com a sugestiva imagem da sombra, apresenta a figura de José, que é,
para Jesus, a sombra na terra do Pai celeste: guarda-O, protege-O, segue os
seus passos sem nunca se afastar d’Ele. Lembra o que Moisés dizia a Israel:
«Neste deserto (…) vistes o Senhor, vosso Deus, conduzir-vos como um pai conduz
o seu filho, durante toda a caminhada que fizeste até chegar a este lugar» (Dt
1, 31). Assim José exerceu a paternidade durante toda a sua vida. (Cf. São João
Paulo II, Exort. ap. Redemptoris custos (15 de agosto de 1989), 7-8: AAS 82
(1990), 12-16).
Não
se nasce pai, torna-se tal... E não se torna pai, apenas porque se colocou no
mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele. Sempre que alguém
assume a responsabilidade pela vida de outrem, em certo sentido exercita a
paternidade a seu respeito.
Na
sociedade atual, muitas vezes os filhos parecem ser órfãos de pai. A própria
Igreja de hoje precisa de pais. Continua atual a advertência dirigida por São
Paulo aos Coríntios: «Ainda que tivésseis dez mil pedagogos em Cristo, não
teríeis muitos pais» (1 Cor 4, 15); e cada sacerdote ou bispo deveria poder
acrescentar como o Apóstolo: «Fui eu que vos gerei em Cristo Jesus, pelo
Evangelho» (4, 15). E aos Gálatas diz: «Meus filhos, por quem sinto outra vez
dores de parto, até que Cristo se forme entre vós!» (Gl 4, 19).
Francisco
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