Evangelho
Mc
II 23 – 28; III 1 - 12
23 Ora num dia de sábado, indo Jesus através das searas,
os discípulos puseram-se a colher espigas pelo caminho. 24 Os fariseus
diziam-lhe: «Repara! Porque fazem eles ao sábado o que não é permitido?» 25 Ele
disse: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome,
ele e os que estavam com ele? 26 Como entrou na casa de Deus, ao tempo do Sumo
Sacerdote Abiatar, e comeu os pães da oferenda, que apenas aos sacerdotes era
permitido comer, e também os deu aos que estavam com ele?» 27 E disse-lhes: «O
sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. 28 O Filho do Homem
até do sábado é Senhor.»
O homem com a mão atrofiada
1 Novamente entrou na sinagoga. E estava lá um homem que
tinha uma das mãos paralisada. 2 Ora eles observavam-no, para ver se iria
curá-lo ao Sábado, a fim de o poderem acusar. 3 Jesus disse ao homem da mão
paralisada: «Levanta-te e vem para o meio.» 4 E a eles perguntou: «É permitido
ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar uma vida ou matá-la?» Eles ficaram
calados. 5 Então, olhando-os com indignação e magoado com a dureza dos seus
corações, disse ao homem: «Estende a mão.» Estendeu-a, e a mão ficou curada. 6
Assim que saíram, os fariseus reuniram-se com os partidários de Herodes para
deliberar como haviam de matar Jesus.
Jesus e a multidão
7 Jesus retirou-se para o mar com os discípulos. Seguiu-o
uma imensa multidão vinda da Galileia. E da Judeia, 8 de Jerusalém, da Idumeia,
de além-Jordão e das cercanias de Tiro e de Sídon, uma grande multidão veio ter
com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia. 9 E disse aos discípulos que lhe
aprontassem um barco, a fim de não ser molestado pela multidão, 10 pois tinha
curado muita gente e, por isso, os que sofriam de enfermidades caíam sobre Ele
para lhe tocarem. 11 Os espíritos malignos, ao vê-lo, prostravam-se diante dele
e gritavam: «Tu és o Filho de Deus!» 12 Ele, porém, proibia-lhes severamente
que o dessem a conhecer.
Deveres
e obrigações (cont)
Em Babel,
segundo rezam as crónicas, houve essa pretensão de unidade entre povos e
pessoas e tal seria conseguido se não faltasse um elemento importantíssimo: Dar
a Deus o que é de Deus.
De
facto os construtores da famosa torre tiveram preocupações e objectivos
meramente Cesarianos, por assim dizer, pretendendo alcançar um inefável bem
comunitário que se traduziria numa felicidade de vida organizada em volta de um
princípio de igualdade.
Deus ficou de fora e, como se sabe à
saciedade, as obras exclusivamente humanas são passageiras e mais ou menos
efémeras porque estão em constante evolução, mudando de sentido e até,
conteúdo, conforme as circunstâncias do tempo.
Deus
não muda, é o mesmo, sempre, desde Isaac e Abraão até aos nossos dias e…
sempre.
Não pode mudar porque é eterno o que, em
suma, significa que não tendo princípio nem fim,
O que É, não evolui, não muda, não Se altera,
não Se adapta.
O
problema de Babel foi exactamente esse esquecimento das duas obrigações
simultâneas e intimamente ligadas:
Dar a César o que pertence a César e a Deus o
que é de Deus!
Escolher uma apenas revela-se uma opção
errada e com consequências conhecidas.
Na
discussão que houve no Sinédrio, sobre o que fazer com os discípulos de Jesus
Cristo, levantou-se a voz de Gamaliel numa locução cheia de sabedoria e bom
senso:
“Se este desígnio ou esta obra for de homens, será derrubada; mas, se for de Deus, não podereis derrubá-los... podereis talvez ser realmente achados como lutadores contra Deus.” [1]
A
opção de seguir as instruções de Cristo foi tomada livremente pelos Apóstolos,
é verdade, mas a força, stamina [2] e destemor só lhes
foi possível com a sua decisão de dar a Deus o que era de Deus, neste caso, a
missão que o próprio Jesus Cristo, lhes tinha confiado.
E, o facto é que, três séculos mais tarde ([3]), César vem a
reconhecer que era perfeitamente possível – melhor, natural e benéfico – as
duas opções coexistirem.
Mais, este facto trouxe a unidade e coesão de
um vasto Império em risco de colapso.
Daqui
que não se entenda como, nos dias de hoje, persistam próceres de diversa origem
que advogam uma sociedade sem Deus, ou melhor, que não deve nada a Deus nem
haverá que se preocupar com isso.
Dir-se-á que tal tem a ver com questões de fé
- o que é provável - mas omite-se que tem sobretudo a ver com questões de
inteligência e bom senso com base no que, neste aspecto, foi acontecendo ao
longo de, pelo menos, três mil anos de história, o que parece ser muito.
Talvez
venha a propósito considerar que não se pode negar o que não existe, trata-se
de um contra-senso, uma impossibilidade concreta.
Confunde-se, quase sempre, a falta de Fé com
a negação da existência de Deus o que revela uma ignorância crassa e grave.
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