Escreveste-me: "Orar é falar com Deus. Mas de quê?". De quê?! D'Ele e de ti; alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas; e acções de graças e pedidos; e Amor e desagravo. Em duas palavras: conhecê-Lo e conhecer-te – ganhar intimidade! (Caminho, 91)
Como fazer oração? Atrevo-me a
assegurar, sem temor de me enganar, que há muitas, infinitas maneiras de orar.
Mas eu preferia para todos nós a autêntica oração dos filhos de Deus, não o
palavreado dos hipócritas que hão-de ouvir de Jesus: nem todo o que me diz,
Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus.
Os que são movidos pela
hipocrisia podem talvez conseguir o ruído da oração – escrevia Santo Agostinho
– mas não a sua voz, porque aí falta vida e há ausência de afã por cumprir a
Vontade do Pai. Que o nosso clamor – Senhor! – vá unido ao desejo eficaz de
converter em realidade essas moções interiores, que o Espírito Santo desperta
na nossa alma. (...).
Nunca me cansei e, com a graça
de Deus, nunca me cansarei de falar de oração. Por volta de 1930, quando se
aproximavam de mim, sacerdote jovem, pessoas de todas as condições –
universitários, operários, sãos e doentes, ricos e pobres, sacerdotes e leigos
– que procuravam acompanhar mais de perto o Senhor, aconselhava-os sempre:
rezai. E se algum me respondia: "não sei sequer como começar",
recomendava-lhe que se pusesse na presença do Senhor e lhe manifestasse a sua
inquietação, a sua dificuldade, com essa mesma queixa: "Senhor, não
sei!" E muitas vezes, naquelas humildes confidências, concretizava-se a
intimidade com Cristo, um convívio assíduo com Ele. (Amigos
de Deus, nn. 243–244)
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