Décimo Mistério
Jesus e a Lei
«Não
penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los
à perfeição ».
Esta afirmação “categórica” de Jesus, faz, poderíamos dizer,
todo o sentido.
Ele nunca poderia revogar um Lei dada por Seu Pai,
directamente, a Moisés no monte Sinai.
Só que, com o passar dos séculos, esta mesma Lei - que
deveria ser intocável na sua essência – foi sendo alterada pelos escribas e
chefes do povo de Israel, que foram acrescentando regras e obrigações da sua
lavra, num autêntico amontoado legislativo que constituía um pesado fardo para
o povo.
Compreendemos que, este povo era rude e iletrado e, naqueles
recuados tempos, quase bárbaro, o que, de certa forma, pode ter levado os
chefes a “apertarem” o jugo que, na sua opinião, era fundamental para a unidade
da nação.
Ao longo do Capítulo V do Evangelho escrito por São Mateus,
Jesus Cristo vai explicando, com meridiana clareza, o verdadeiro sentido do
enunciado na Lei Divina.
Podemos – claramente – perceber que a Sua intenção é centrar
definitivamente a Lei dada a Moisés nos dois primeiros Mandamentos:
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo.
De certa forma, colocar a “intenção” de Deus Pai centrada no
AMOR, AMOR, este que tinha sido esquecido, posto de lado.
Por isso mesmo acaba o Seu “discurso” com a declaração do MANDAMENTO DO AMOR: «sede perfeitos como é perfeito o vosso
Pai celeste» o que, na verdade
quer dizer: Amai como Vosso Pai e Eu vos amo.
Mandamento
impossível de cumprir?
Podemos
pensar que, talvez, sim… dadas as nossas limitações e fragilidades, mas, Cristo
não pode – nunca o fará – pedir algo impossível de cumprir porque sabe e
conhece muito melhor que nós, essas limitações e fragilidades, e, portanto, o
que na verdade nos diz é que nos esforcemos com ânimo e confiança em
consegui-lo.
Ânimo
para perseverar, confiança nEle que nunca nos faltará com o que nos possa
faltar.
Daí
que, nos será muito conveniente pedir com insistência humilde mas confiada: “Senhor, ajuda-me a ser perfeito, a ser
santo, a fazer quanto posso para Te seguir e levar a cabo os Teus desejos e
Amabilíssima Vontade.” (AMA, Orações pessoais)
E…
“Senhor: Que eu saiba ordenar
bem o meu amor.
Em primeiro lugar…
Tu, Senhor do Céu e da Terra, Criador de todas as coisas.
Todos os outros
amores, por limpos, honestos, verdadeiros que sejam, ou possam parecer, devem
ordenar-se a este.
De Ti me vem tudo, a
própria vida.
Tudo, absolutamente,
quanto tenho, Te pertence.
Para Ti caminho, de
Ti recebo a força, a inspiração, o alento para a caminhada e ainda o perdão das
minhas numerosas faltas.
Não guardando
agravos, demonstras, a cada instante, a Tua Omnipotente Misericórdia.
Peço-te,
Senhor, que recebas o meu amor como se fosse o único amor que tens na terra.
Assim não
notarás como é pequeno, miserável...
Serei feliz porque mesmo sabendo o pouco que é, como to dou
todo... fico disponível para me “encher” do Teu...” (AMA, orações
diárias, 1999)
(AMA,
2020)
[i]
Escolhi este
título para uma série de reflexões sobre os mistérios contidos no Evangelho. Se
por “mistério” consideramos algo que não entendemos inteiramente ou não
compreendemos com meridiana clareza, então julgo que o Evangelho contém muitas
atitudes, palavras, gestos de Jesus Cristo cujo verdadeiro significado e
“alcance” nos escapa.
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