Sétimo Mistério dia 28
Out
Jesus não faz acepção de pessoas
Fazer
como que uma escolha, considerar, ou não, alguém, segundo um qualquer critério
pessoal, é um erro, uma falta - por vezes grave - que deve evitar-se.
Eu,
muitas vezes, elejo ou considero alguém, conforme esse alguém me é simpático ou
não.
Claro
que nem penso que posso “sofrer” o mesmo por parte de outros e, nesse caso, se
o pensasse, não ficaria triste, desiludido, talvez magoado? E, tenho de
concluir que teria razão.
Todos
somos filhos de Deus que nos criou.
Todos,
sem excepção, somos irmãos de Jesus Cristo que deu a Sua Vida na Cruz por todos
mesmo aqueles que nem sequer O conhecem ou não acreditam nEle.
Portanto,
o que nos diferencia uns dos outros?
Não
a cor da pele, a estatura, a idiossincrasia pessoal.
Apenas
e só o que fazemos, as nossas obras mesmo as privadas que ninguém conhece.
Jesus
Cristo deu-nos exemplos, que temos de ter em conta quando lemos no Evangelho
que falava com todos, respondia a todos - mesmo quando as perguntas ou
argumentos não eram nem sérios nem honestos - aceitava convites para visitar,
tomar uma refeição, conviver um pouco com quem quer que fosse.
«Estando
Jesus em Betânia, em casa de Simão o leproso…» (Cfr. Mc 14, 3) «Tendo entrado, a um sábado, em casa de um
dos principais fariseus para comer uma refeição…» (Cfr.
Lc 14, 1) «(…) Porque comeis e bebeis com os publicanos e os
pecadores?» (Cfr.
Lc 2, 27-32)
Também
no Evangelho, consta que só uma única vez permaneceu em silêncio sem dar nem
resposta nem manter diálogo: Tal aconteceu quando na presença de Herodes. (Cfr.
Lc 23, 8-9) “
Durante
o simulacro do processo, o Senhor cala-se.
Jesus
autem tacebat. (Mt
26, 63)
Com Herodes, volúvel e
impuro, nem uma palavra (…)”. (São Josemaria, Via Sacra -
Primeira estação)
“Concedei
a todos a mais absoluta confiança; sede muito nobres. Para mim, vale mais a
palavra de um cristão, de um homem leal - fio-me inteiramente de cada um - do
que a assinatura autêntica de cem notários unânimes, apesar de me terem talvez
enganado nalguma ocasião por seguir este critério. Prefiro expor-me a que um irresponsável
abuse desta confiança, a retirar a quem quer que seja o crédito que merece como
pessoa e como filho de Deus. Garanto-vos que nunca me senti defraudado com os
resultados desta atitude.” ( Cfr. São Josemaria, Amigos de Deus, 159)
Finalizo
com um propósito e um pedido:
Propósito:
Não
me deixar guiar pelos meus critérios na avaliação dos outros. Não tenho nem o
direito nem ganho nada em fazê-lo.
Para
mim, todos me devem merecer respeito e consideração.
Pedido:
Ajuda-me,
Senhor, a cumprir o que acima me proponho. Que tenha sempre presente o Teu
exemplo na consideração e respeito que demonstrasTe – sempre – por todos os que
se cruzavam conTigo nos caminhos da Palestina.
Que
compreenda e actue como Tu nas relações com os demais, não fazendo acepção de
pessoas seja pelo que for.
Senhor ajuda-me a pensar nos
outros.
Os que conheço, de quem sou
amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos.
Todos são Teus filhos como
eu, logo, todos são meus irmãos.
Se somos irmãos, somos
também herdeiros, convém portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar
a herança comigo
(AMA,
2019)
[i]
Escolhi este
título para uma série de reflexões sobre os mistérios contidos no Evangelho. Se
por “mistério” consideramos algo que não entendemos inteiramente ou não
compreendemos com meridiana clareza, então julgo que o Evangelho contém muitas
atitudes, palavras, gestos de Jesus Cristo cujo verdadeiro significado e
“alcance” nos escapa.
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