MISTÉRIOS DO EVANGELHO i
Segundo Mistério
Perfeição
«Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é
perfeito.» (Cfr. Mt 5, 48)
Como
podes Tu, Senhor meu, mandar-me tal coisa!
Como cumprir tal
mandato?
Não será,
Senhor, que mandas algo impossível?
Tu, que sabes
tudo, conheces as minhas fraquezas e limitações, como me mandas tal coisa tão
grande! Sim, Tu, sabes tudo e, por isso sabes que Te amo e que, nesse amor,
ponho toda a minha esperança e confiança em Ti. Esperança que me ajudarás com o
que me falta. Confiança em que, sabendo o que preciso, providenciarás o
necessário para poder cumprir o que mandas. “Da quod iube et iube quod vis”.
(Stº Agostinho)
Jesus Cristo enuncia
um ideal de conduta humana. Como todos os ideais, também este é difícil
de atingir. Mas não impossível, porque o Senhor nunca pede impossíveis aos Seus
filhos.
Como interpretar, então, o que diz?
Faltará, talvez, acrescentar: Este é -
deve ser - o teu ideal; esforça-te por consegui-lo.
A mim, pobre homem, que de ideais
percebo muito pouco, não me resta fazer senão o que Jesus sugere: Fazei o possível! E, com a segurança do
Seu auxílio e apoio, sei muito bem que, para Ele, nada é impossível.
“Os perfeitos só se encontram no Céu” (Cfr. São Josemaria, Sulco, 758)
Assim as coisas ficam mais claras e,
parece-me que encontrei a solução: Tenho de ser santo e, para tanto, só existe
um caminho seguro: Fazer, em tudo, a Vontade de Deus.
“Docere me facere voluntatem tuam quia Deus
meus es tu!” Este, quero que seja o meu lema diário, constante. Ajuda-me,
Senhor, a concretizá-lo, minha Mãe, Maria Santíssima, São José meu Pai e
Senhor, Anjo da Minha Guarda, tomai-me pela mão para que não me desvie do meu
caminho.» (AMA,
Orações diárias)
A dificuldade principal – julgo – está
em que, muitas vezes, desejamos que a Vontade de Deus se “conforme” com a nossa
própria vontade o que, corresponderá de certo modo, termos Deus como que ao
“nosso serviço”, quando deverá ser exactamente o contrário.
Não há outro remédio nem caminho para
solucionar este assunto: Pedir, com insistência perseverante: ‘Senhor, ajuda-me
a fazer sempre a Tua Vontade’.
Talvez se levante a questão: Qual é a Vontade
de Deus?
Por nós próprios teremos sempre alguma
dificuldade em saber mas, iluminados pelo Conhecimento, Dom do Espírito Santo,
veremos com clareza o que Deus quer que façamos em cada momento.
Assim, parece que a invocação do Divino
Espírito Santo para que nos conceda este Dom, é fundamental para ultrapassar as dificuldades
que possamos sentir neste caso.
Trata-se, também, de “honestidade intelectual”,
ou seja, tendo consciência das nossas limitações, recorrer a Quem pode dar-nos
ajuda significativa e decisiva.
(AMA, 2019)
[i]
Escolhi este
título para uma série de reflexões sobre os mistérios contidos no Evangelho. Se
por “mistério” consideramos algo que não entendemos inteiramente ou não
compreendemos com meridiana clareza, então julgo que o Evangelho contém muitas
atitudes, palavras, gestos de Jesus Cristo cujo verdadeiro significado e
“alcance” nos escapa.
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