Este mandato divino (trabalho) já
existia antes que os nossos primeiros pais pecassem. O pecado original
acrescentou ao trabalho a fadiga e o cansaço, mas, em si mesmo, o trabalho
continua a ser nobre, digno, por ser participação no poder criador de Deus,
ainda que “agora vá acompanhado de penas e sofrimentos, de infertilidade e
cansaço: Continua sendo um dom divino e uma tarefa que há-de ser realizada sob
condições penosas, da mesma forma que o mundo continua sendo o mundo de Deus,
mas um mundo no qual já não se percebe com clareza a voz divina (M.
Schmaus, Teologia Dogmática, Rialp, Madrid 1959, pg. 95). (…) Grande responsabilidade a do que sabe
que é instrumento de Deus: estar em bom estado! (…)
Hoje há centenas e centenas de milhares
de testemunhos da fé muito frequentemente desconhecidos ou esquecidos pela
opinião pública, cuja atenção está absorvida por outros factos; frequentemente
só Deus os conhece. Eles suportam privações diárias, nas mais diversas regiões
de cada um dos continentes.
Não se trata de um crescimento
quantitativo, como o de um montão de trigo, mas qualitativo, como quando o
calor se torna mais intenso, ou como quando a ciência, sem chegar a conclusões
novas, se torna mais penetrante, mais profunda, mais unificada, mais certa.
Assim, a caridade tende a amar mais perfeitamente, de modo mais puro, mais
estreitamente, a Deus acima de tudo, e ao próximo e a nós mesmos, para que
glorifiquemos a Deus no tempo e na eternidade.
(R.
Garrigou-Lagrange, La Madre del Salvador, Rialp, Madrid 1976, pg. 106)
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