Há uma quantidade muito considerável de
cristãos que seriam apóstolos... se não tivessem medo. São os mesmos que depois
se queixam, porque O Senhor (dizem eles!) os abandona... Que fazem eles com
Deus? (Sulco, 103)
Também a nós nos chama e nos pergunta
como a Tiago e João: «Potestis bibere
calicem quem ego bibiturus sum?»; estais dispostos a beber o cálice (este
cálice da completa entrega ao cumprimento da vontade do Pai) que eu vou beber? «"Possumus»!. Sim, estamos dispostos! – é
a resposta de João e Tiago... Vós e eu, estamos dispostos seriamente a cumprir,
em tudo, a vontade do nosso Pai, Deus? Demos ao Senhor o nosso coração inteiro
ou continuamos apegados a nós mesmos, aos nossos interesses, à nossa
comodidade, ao nosso amor-próprio? Há em nós alguma coisa que não corresponda à
nossa condição de cristãos e que nos impeça de nos purificarmos? Hoje
apresenta-se-nos a ocasião de rectificar.
É necessário que nos convençamos de que
Jesus nos dirige pessoalmente estas perguntas. É Ele que as faz, não eu. Eu não
me atreveria a fazê-las a mim próprio. Eu vou continuando a minha oração em voz
alta e vós, cada um de vós, por dentro, está confessando ao Senhor: Senhor, que
pouco valho! Que cobarde tenho sido tantas vezes! Quantos erros! Nesta ocasião
e naquela... nisto e naquilo... E podemos exclamar também: Ainda bem, Senhor,
que me tens sustentado com a Tua mão, porque eu sinto-me capaz de todas as
infâmias... Não me largues, não me deixes; trata-me sempre como um menino. Que
eu seja forte, valente, íntegro. Mas ajuda-me, como a uma criatura
inexperiente. Leva-me pela Tua mão, Senhor, e faz com que Tua Mãe esteja também
a meu lado e me proteja. E assim, “possumus!”,
poderemos, seremos capazes de ter-Te por modelo! (Cristo que passa, 15)
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