Neste dia de festa da minha Mãe do céu,
lembro e tenho com enorme alegria as memórias de tantos dias Quinze de Agosto
da minha vida.
Foi elevada ao Céu em corpo e alma e ali
está olhando por todos os seus filhos os homens nos quais eu – que não valho
nada – me incluo.
Nunca poderei entender completamente esta
dia: ser filho da Mãe de Deus o que me converte em irmão do meu Salvador!
Eu, cujo único e deveras importante
“pergaminho” é exactamente esse!
Nunca poderei agradecer merecer “esta
linhagem” que, de facto, me converte em alguém importante é único porque, sei,
o Senhor, conhece-me pelo meu nome, sabe quem sou e, não obstante, ama-me com
amor de Pai e Mãe, extremoso e atento, sempre disponível para me perdoar as
minhas faltas, esquecer as muitas misérias e “puxar-me para Si.
(AMA, reflexões, 2019)
Assunção
da Santíssima Virgem
1. O
que significa a Assunção de Maria?
A
Assunção de Nossa Senhora quer dizer, na definição dogmática do Papa Pio XII,
que: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da
vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. (Constituição
Apostólica Munificentissimus Deus, 1950).
Quer
isto dizer que, terminada a sua vida, Maria foi totalmente assumida (ou
assunta) por Deus.
Aquela
que desde a sua Conceição era “cheia de graça” (Lc
1, 28), permanece completamente ressuscitada no amor de Deus –
na glória – para toda a eternidade.
2. Que
importância tem, para nós, a Assunção de Maria?
Maria
“antecipa” a nossa ressurreição! Ela é o primeiro ser humano a viver em
plenitude aquilo para que todos fomos criados. Em Maria, o plano de Deus para a
humanidade – viver completamente no amor – já se cumpriu. Tendo já chegado à
“meta”, dá-nos a esperança de também lá chegarmos, na medida em que nos
abrirmos à graça e ao amor de Deus. Para além disso, Maria intercede por nós
junto de Deus, “puxando” por toda a humanidade que lhe foi confiada por Jesus (Jo
19, 26). Neste dia celebramos então a certeza – já cumprida em
Maria – de que Deus quer dar a todos nós um futuro cheio do seu amor! (cfr.
Catecismo da Igreja Católica, 966)
3. Então
Maria, Nossa Senhora, tornou-se uma deusa?
Não,
Maria é uma de nós, está “do nosso lado”! Podemos é dizer que está agora
totalmente do lado de Deus, representando-nos e apresentando-nos à Santíssima
Trindade com amor de mãe. Dessa forma continua a acompanhar os passos dos seus
filhos e a interceder pelas nossas vidas. Assim o entenderam os cristãos desde
o início. Nesse sentido, é relevante a distinção entre “veneração” e
“adoração”: Maria é venerada como mãe de Cristo e mãe da Igreja; o Pai, o Filho
e o Espírito Santo são adorados como Deus uno e trino.
4. E
o corpo, desapareceu? Como aconteceu isso?
Não
sabemos como aconteceu tudo isto, mas sabemos que desde os primeiros séculos se
conservam os túmulos dos principais apóstolos, e não se conservam os restos
mortais de Maria… Os primeiros cristãos entenderam a morte de Maria como um
“adormecer” (ou “dormição”) para acordar inteiramente no amor de Deus. É bom
lembrar que na antropologia bíblica (i.e., a concepção do que é um ser humano),
o “corpo” corresponde mais a um modo concreto de se relacionar do que a uma
quantidade de matéria. Foi-se assim tornando claro que Deus chamou a si toda a
realidade (espírito, alma, corpo) desta mulher especial. Tal com na
Ressurreição de Jesus, a lógica da fé está mais interessada “porquê” – e sobretudo
no “para quê” – do que no “como”.
5. Qual
a diferença entre Assunção e Ascensão?
Assunção
significa que Maria foi assumida por Deus. A Ascensão significa que Jesus
Cristo ascendeu – “subiu” – ao céu, voltando pelo próprio poder divino para
junto do seu Pai e nosso Pai (Jo 20, 17).
6. Porque
é que a Assunção é um dogma recente? O que é um dogma?
Embora
a tradição cristã ateste a celebração da “dormição de Maria” pelo menos desde o
século V, a proclamação deste dogma aconteceu apenas em 1950. Ao definir o
dogma, o Papa Pio XII nada mais fez do que confirmar a fé da Igreja, não sem
antes ter consultado os bispos do mundo inteiro. Na verdade, o Povo de Deus há
muito que acreditava e celebrava este mistério da vida de Maria.
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