15/08/2020

Assunção de Nossa Senhora


Neste dia de festa da minha Mãe do céu, lembro e tenho com enorme alegria as memórias de tantos dias Quinze de Agosto da minha vida.
Foi elevada ao Céu em corpo e alma e ali está olhando por todos os seus filhos os homens nos quais eu – que não valho nada – me incluo.
Nunca poderei entender completamente esta dia: ser filho da Mãe de Deus o que me converte em irmão do meu Salvador!
Eu, cujo único e deveras importante “pergaminho” é exactamente esse!
Nunca poderei agradecer merecer “esta linhagem” que, de facto, me converte em alguém importante é único porque, sei, o Senhor, conhece-me pelo meu nome, sabe quem sou e, não obstante, ama-me com amor de Pai e Mãe, extremoso e atento, sempre disponível para me perdoar as minhas faltas, esquecer as muitas misérias e “puxar-me para Si.

(AMA, reflexões, 2019)


Assunção da Santíssima Virgem

1. O que significa a Assunção de Maria?

A Assunção de Nossa Senhora quer dizer, na definição dogmática do Papa Pio XII, que: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. (Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, 1950).
Quer isto dizer que, terminada a sua vida, Maria foi totalmente assumida (ou assunta) por Deus.
Aquela que desde a sua Conceição era “cheia de graça” (Lc 1, 28), permanece completamente ressuscitada no amor de Deus – na glória – para toda a eternidade.

2. Que importância tem, para nós, a Assunção de Maria?

Maria “antecipa” a nossa ressurreição! Ela é o primeiro ser humano a viver em plenitude aquilo para que todos fomos criados. Em Maria, o plano de Deus para a humanidade – viver completamente no amor – já se cumpriu. Tendo já chegado à “meta”, dá-nos a esperança de também lá chegarmos, na medida em que nos abrirmos à graça e ao amor de Deus. Para além disso, Maria intercede por nós junto de Deus, “puxando” por toda a humanidade que lhe foi confiada por Jesus (Jo 19, 26). Neste dia celebramos então a certeza – já cumprida em Maria – de que Deus quer dar a todos nós um futuro cheio do seu amor! (cfr. Catecismo da Igreja Católica, 966)

3. Então Maria, Nossa Senhora, tornou-se uma deusa?

Não, Maria é uma de nós, está “do nosso lado”! Podemos é dizer que está agora totalmente do lado de Deus, representando-nos e apresentando-nos à Santíssima Trindade com amor de mãe. Dessa forma continua a acompanhar os passos dos seus filhos e a interceder pelas nossas vidas. Assim o entenderam os cristãos desde o início. Nesse sentido, é relevante a distinção entre “veneração” e “adoração”: Maria é venerada como mãe de Cristo e mãe da Igreja; o Pai, o Filho e o Espírito Santo são adorados como Deus uno e trino.

4. E o corpo, desapareceu? Como aconteceu isso?
Não sabemos como aconteceu tudo isto, mas sabemos que desde os primeiros séculos se conservam os túmulos dos principais apóstolos, e não se conservam os restos mortais de Maria… Os primeiros cristãos entenderam a morte de Maria como um “adormecer” (ou “dormição”) para acordar inteiramente no amor de Deus. É bom lembrar que na antropologia bíblica (i.e., a concepção do que é um ser humano), o “corpo” corresponde mais a um modo concreto de se relacionar do que a uma quantidade de matéria. Foi-se assim tornando claro que Deus chamou a si toda a realidade (espírito, alma, corpo) desta mulher especial. Tal com na Ressurreição de Jesus, a lógica da fé está mais interessada “porquê” – e sobretudo no “para quê” – do que no “como”.
5. Qual a diferença entre Assunção e Ascensão?
Assunção significa que Maria foi assumida por Deus. A Ascensão significa que Jesus Cristo ascendeu – “subiu” – ao céu, voltando pelo próprio poder divino para junto do seu Pai e nosso Pai (Jo 20, 17).

6. Porque é que a Assunção é um dogma recente? O que é um dogma?

Embora a tradição cristã ateste a celebração da “dormição de Maria” pelo menos desde o século V, a proclamação deste dogma aconteceu apenas em 1950. Ao definir o dogma, o Papa Pio XII nada mais fez do que confirmar a fé da Igreja, não sem antes ter consultado os bispos do mundo inteiro. Na verdade, o Povo de Deus há muito que acreditava e celebrava este mistério da vida de Maria.

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