EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES
Quase no fim da sua vida, Darwin podia escrever: "Por
maiores que fossem as crises por que passei, não cheguei nunca a negar a
existência de Deus". [1]
"A impossibilidade de conceber este grande e maravilhoso universo com
os nossos “eus” conscientes, como obra do acaso, é a meu ver o
argumento principal a favor da existência de Deus". [2]
"Outro motivo da minha crença na existência de Deus (... ) é a
impossibilidade radical de conceber o universo, prodigioso e imenso, incluindo
o homem, com a faculdade de se reportar ao passado e de prover o futuro, como
resultado de um destino casual ou de uma necessidade cega. Reflectindo nisto, sou forçado a admitir uma Causa
Primeira, um Espírito inteligente, sob certos aspectos análogo ao do homem e
mereço por isso, que me acreditem, quando eu digo que creio em Deus. Esta
conclusão estava fortemente radicada no meu espírito ao escrever a Origem das espécies." (Darwin, On the
Origin of Species, J. Murray, London, 1859, pg. 363)
Tendo perdido o sentido da vida, o
pensamento humano, como previu Pascal, tornou-se incapaz de reacertar. o
passo, na selva escura, das desencontradas ideologias que, de todos os lados, o
solicitam.
A. Veloso, BROTÉRIA,
Vol. LVI, Fasc. 4, 1953, pag. 278
[1] La Vie et la Correspondence de Charles Darwin,
Reinwald, Paris, 1888, vol. I, pg. 354
[2] La Vie et la Correspondence de Charles Darwin,
Reinwald, Paris, 1888, vol. I, pg. 356
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