A
medida da nova prudência é a de um amor sem medida ao Reino de Deus, valor
absoluto que torna relativo tudo o resto: «Procurai
primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo»
(Mt 6, 33) Pelo Reino vale a pena dar tudo (cf. Mt 13, 44-46),
até a própria vida, porque, segundo a lógica divina, quem encontra a sua vida
perde-a, e quem a perde encontra-a (cf. Mt 10, 39). Por isso, muitas
atitudes que parecem prudentes aos olhos humanos, são na realidade insensatas,
como a do homem que acumula riquezas, mas esquece a sua alma (cf. Lc 12,
16-20), a do jovem que não quer seguir Cristo porque tem muitos bens (cf.
Lc 18, 18-23), ou a do servo que guarda o seu talento em vez de o fazer
frutificar para o Senhor (cf. Mt 25, 24-28). São comportamentos
imprudentes que têm a sua raiz na falta de liberdade, na escravidão voluntária
em relação aos bens materiais ou ao conforto pessoal [6].
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