(Cfr. Lc 8, 49-56)
Jesus tranquiliza
os seus discípulos apavorados ao vê-lo caminhar sobre as águas: «Sou Eu, não temais» [1]
Este medo, contudo,
não é cobardia, é temor genuíno perante o desconhecido, o insólito, o
inexplicável. O Senhor mantém-se nesta atitude permanente: «Sou Eu, não temais». A cada passo
diz-nos que, n’Ele, encontramos refúgio, segurança tranquilidade.
«Não conseguia
deter a corrente. Caudaloso, o rio, levava-me no seu seio numa viagem rápida,
vertiginosa para um destino que, pensava eu, só poderia ser o mar. Mal podia
manter a cabeça fora de água e, quando o conseguia, quase sufocava com as
golfadas que me entravam pela boca, pelo nariz... O que seria de mim se não
conseguisse aproximar-me da margem, encontrar algo a que pudesse agarrar-me e
sair daquele torvelinho? O que seria de mim se fosse assim, não sei por quanto
tempo, até ao mar?
Ne timeas! Ouvi-te,
claramente.
Senhor, eu confio
em Ti, sei, tenho a certeza que tudo é para bem, mas ajuda a minha debilidade,
a minha pouca fé, a minha confiança que vacila.» [3]
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
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