27/12/2019

THALITA KUM 52


THALITA KUM 52 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Jesus tranquiliza os seus discípulos apavorados ao vê-lo caminhar sobre as águas: «Sou Eu, não temais» [1]

Este medo, contudo, não é cobardia, é temor genuíno perante o desconhecido, o insólito, o inexplicável. O Senhor mantém-se nesta atitude permanente: «Sou Eu, não temais». A cada passo diz-nos que, n’Ele, encontramos refúgio, segurança tranquilidade.

«Não conseguia deter a corrente. Caudaloso, o rio, levava-me no seu seio numa viagem rápida, vertiginosa para um destino que, pensava eu, só poderia ser o mar. Mal podia manter a cabeça fora de água e, quando o conseguia, quase sufocava com as golfadas que me entravam pela boca, pelo nariz... O que seria de mim se não conseguisse aproximar-me da margem, encontrar algo a que pudesse agarrar-me e sair daquele torvelinho? O que seria de mim se fosse assim, não sei por quanto tempo, até ao mar?

De profundis clamavit a Te Domine! [2] Da profundidade da minha aflição, clamei por Ti, meu Deus!

Ne timeas! Ouvi-te, claramente.

Senhor, eu confio em Ti, sei, tenho a certeza que tudo é para bem, mas ajuda a minha debilidade, a minha pouca fé, a minha confiança que vacila.» [3]


(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Cfr. Mt 14, 22-36.
[2] Cfr. Slm 129.
[3] AMA, memórias do Hospital, Synesthesia,

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.