(Cfr. Lc 8, 49-56)
Só que, por vezes, é tão difícil rezar!
Parece sempre tanto tempo!
Na verdade, muitas vezes procuramos consolações na oração,
um empolgamento do espírito que nos arrebate e eleve o coração no espaço
espiritual onde nos sentimos mais perto de Deus. Infelizmente, parece que,
assim, estamos a rezar a nós próprios, num contentamento espiritual que é,
desde logo, a paga almejada.
É uma pena porque assim, perdemos aquela outra paga,
extraordinariamente mais importante e de valor incomensuravelmente maior,
porque é uma paga divina.
Nem a gente sabe “fazer as contas” que o Senhor usa para
connosco.
Conta-se que Alexandre o Grande mandou dar o governo de
cinco cidades a um pobre camponês que lhe dera uma indicação útil. O pobre
homem, espantado, terá dito: Senhor, nunca me atreveria a pedir tanto! Ao que
Alexandre respondeu: Tu pedes como quem és, eu dou como quem sou!
Eu peço como quem sou: um pobre miserável que precisa de
tudo, absolutamente tudo, do seu Senhor.
Nada tenho, nada valho e tudo o que tenho ou possa valer é
dele, desse Senhor que me deu uma alma imortal e nela imprimiu a Sua imagem. É
o meu único bem de valor – aliás, incalculável – a imagem de Deus impressa na
minha alma. Ele ouve a minha oração e dá-me não o que Lhe peço, mas o que
entende dar-me, com uma generosidade e uma grandeza que me espantam. E
atrevo-me a dizer-lhe profundamente agradecido:
«Peço-te,
Senhor, que recebas o meu amor como se fosse o único amor que tens na terra.
Assim não notarás como é pequeno, miserável... Serei feliz porque mesmo sabendo
o pouco que é, como to dou todo... fico disponível para me “encher” do Teu...’ [1]
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.