07/12/2019

Porque se celebra o Natal?

Jesus Cristo nasceu num dia 25 de Dezembro? Como aconteceu? Os Reis Magos existiram? Aqui tens a resposta a algumas das perguntas mais habituais sobre o Natal.


Sumário

1. Que é o Natal?
2. Porque se celebra o Natal no dia 25 de Dezembro?
3. Como foi o nascimento de Jesus?
4. E que é a Epifania?

“Se queremos festejar o verdadeiro Natal, contemplemos este sinal: a simplicidade frágil dum pequenino recém-nascido, a mansidão que demonstra no estar deitado, a ternura afectuosa das fraldas que O envolvem. Ali está Deus”.Homilia do Papa Francisco, 24-12-2016


1. Que é o Natal?


O Natal é a festa que comemora o nascimento de Jesus Cristo. É um dia importante para os cristãos porque se celebra que Jesus Cristo, o Filho de Deus “ por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo,no seio da Virgem Maria, e se fez homem.” (Credo Niceno-Constantinopolitano). A fé na verdadeira encarnação do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã: "Reconheceis que o espírito é de Deus por isto: todo o espírito que confessa Jesus Cristo que veio em carne mortal é de Deus" (1Jo 4,2).

A vinda do Filho de Deus à terra é um acontecimento tão imenso que Deus quis prepará-lo durante séculos. São João Baptista é o precursor (cf Act 13, 24) imediato do Senhor, enviado para preparar-Lhe o caminho (cfMt 3, 3).

Cada ano, a Igreja prepara-se para o Natal com o tempo litúrgico do Advento, que dura quatro semanas. Cf. Catecismo da Igreja Católica,463, 522-524.

Meditar com S. Josemaria

«Natal. Escreves-me: "Unindo-me à santa espera de Maria e de José, também eu espero, com impaciência, o Menino. Que contente hei-de ficar em Belém! Pressinto que vou rebentar numa alegria sem limites. Ah! e, com Ele, também eu quero nascer de novo..." -- Oxalá se torne verdade esse teu querer!» Surco, 62

“Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras que nos mostram o Senhor tão apoucado, recordam-me que Deus nos chama, que o Omnipotente Se quis apresentar desvalido, quis necessitar dos homens. Do berço de Belém, Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de entrega, de trabalho, de alegria.” Cristo que passa, 18

“Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S. José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida. Cristo que passa, 22

2. Porque se celebra o Natal no dia 25 de dezembro?


Da data do nascimento de Jesus os Evangelhos não dizem nada. Até ao século III, não temos notícias sobre a data do nascimento de Jesus. Os primeiros Padres e escritores eclesiásticos assinalam datas diversas. O primeiro testemunho indireto de que a celebração do nascimento de Cristo é no dia 25 de Dezembro é referido por Sexto Júlio Africano no ano 221. A primeira referência direta da sua celebração é a do calendário litúrgico filocaliano do ano 354 (MGH, IX, I, 13-196): VIII kal. Ian. natus Christus in Betleem Iudeæ (“no dia 25 de dezembro nasceu Cristo em Belém da Judeia"). A partir do século IV, os testemunhos deste dia como data do nascimento de Cristo tornam-se comuns na tradição ocidental. Na oriental, prevalece a data de 6 de janeiro.

Uma explicação bastante difundida é a de que os cristãos optaram pelo dia porque, a partir do ano 274, em 25 de dezembro celebra-se em Roma o dies natalis Solis invicti, o dia do nascimento do Sol invicto, a vitória da luz sobre a noite mais longa do ano. A liturgia de Natal e os Padres da época estabeleciam um paralelismo entre o nascimento de Jesus Cristo e expressões bíblicas como “sol de justiça" (Ml 4, 2) e “luz do mundo" (Jo 1, 4ss.) No entanto, não há provas de que isto foi assim e parece difícil imaginar que os cristãos quisessem adaptar festas pagãs ao calendário litúrgico, especialmente quando acabavam de experimentar a perseguição. É possível, todavia, que com o transcorrer do tempo, a festa cristã absorvesse a festa pagã.

Existem diversas explicações que podemos ler aqui

Meditar com S. Josemaria

“Vai até Belém, aproxima-te do Menino, baila com Ele, diz-lhe muitas coisas vibrantes, aperta-o contra o coração...
Não estou a falar de infantilidades: falo de amor! E o amor manifesta-se com factos: na intimidade da tua alma, bem o podes abraçar!”.Forja, 345
“Ao falar diante do presépio sempre procurei ver Cristo Nosso Senhor desta maneira, envolto em paninhos sobre a palha da manjedoura, e, enquanto ainda menino e não diz nada, vê-Lo já como doutor, como mestre. Preciso de considerá-Lo assim, porque tenho de aprender d'Ele. E para aprender d'Ele é necessário conhecer a sua vida: ler o Santo Evangelho, meditar no sentido divino do caminho terreno de Jesus.
Na verdade, temos de reproduzir na nossa, a vida de Cristo, conhecendo Cristo à força de ler a Sagrada Escritura e de a meditar, à força de fazer oração, como agora estamos fazendo diante do presépio. É preciso entender as lições que nos dá Jesus já desde menino, desde recém-nascido, desde que os seus olhos se abriram para esta bendita terra dos homens.”. Cristo que passa, 14

3. Como foi o nascimento de Jesus?

Pelos Evangelhos sabemos que Maria e José eram de Nazaré mas que, por um édito de César Augusto, tiveram que se deslocar até Belém – a cidade de José – para cumprir o censo.

São dois os evangelistas, Mateus e Lucas, que nos dizem que Jesus nasceu em Belém. Além disso, Lucas indica que Maria, depois de dar à luz ao seu filho “o envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria.” A “manjedoura” indica que naquele sítio onde nasceu Jesus se guardava o gado. Lucas refere também que o menino no presépio será o sinal para os pastores de que ali nasceu o Salvador.

A tradição da Igreja transmitiu desde muito cedo o caráter sobrenatural do nascimento de Jesus.

Catecismo da Igreja Católica, 499 | Evangelho de São Lucas, capítulo 2 | Evangelho de São Mateus, capítulo 2 |

Meditar com S. Josemaria

“Foi promulgado um édito de César Augusto, que manda recensear toda a gente. Para isso, cada qual tem de ir à terra dos seus antepassados. - Como José é da casa e da família de David, vai com a Virgem Maria, de Nazaré até à cidade chamada Belém, na Judeia (Lc II, 1-5).
E, em Belém, nasce o nosso Deus: Jesus Cristo! Não há lugar na pousada: num estábulo. - E Sua Mãe envolve-O em paninhos e reclina-O no presépio (Lc 11, 7) . Frio. - Pobreza. - Sou um escravozito de José. - Que bom é José! Trata-me como um pai a seu filho. - Até me perdoa, se estreito o Menino entre os meus braços e fico, horas e horas, a dizer-Lhe coisas doces e ardentes!...
E beijo-O - beija-O tu - e embalo-O e canto para Ele e chamo-Lhe Rei, Amor, meu Deus, meu Único, meu Tudo!... Que lindo é o Menino... e que curta a dezena!” Santo Rosário, comentário ao terceiro mistério gozoso

“Jesus nasceu numa gruta em Belém, diz a Escritura, "porque não havia lugar para eles na estalagem".
Não me afasto da verdade teológica, se te disser que Jesus ainda está à procura de pousada no teu coração...”. Forja, 274


4. E que é a Epifania?

A Epifania e a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. A festa da Epifania, que se celebra[em Portugal] no domingo mais próximo de 6 de janeiro, comemora a adoração de Jesus por uns “magos” vindos do Oriente. Nestes “magos”, representantes de religiões pagãs de povos vizinhos, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem, pela Encarnação, a Boa Nova da salvação.

Evangelho de S. Mateus, capítulo 2 | Catecismo da Igreja Católica, 528


Meditar com S. Josemaria


“Considerai a delicadeza com que o Senhor nos dirige este convite. Exprime-se com palavras humanas, como um apaixonado: Eu chamei-te pelo teu nome...Tu és meu. Deus - que é a Beleza, a Sabedoria, a Grandeza - anuncia-nos que somos seus, que fomos escolhidos como objecto do seu amor infinito. É precisa uma vida forte de fé para não desvirtuar esta maravilha que a Providência depõe nas nossas mãos, uma fé como a dos Reis Magos, que nos leva a ter a certeza de que nem o deserto, nem a tormenta, nem a tranquilidade do oásis nos impedirão de chegar à meta do presépio eterno: a vida definitiva com Deus.” Cristo que passa, 32


“Jesus, que na tua Igreja Santa perseverem todos no caminho, seguindo a sua vocação cristã, como os Magos seguiram a estrela: desprezando os conselhos de Herodes..., que não lhes faltarão.” Forja, 366

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