30/11/2019

Tu és sal, alma de apóstolo


Tu és sal, alma de apóstolo. - "Bonum est sal" - o sal é bom, lê-se no Santo Evangelho; "si autem sal evanuerit" - mas se o sal se desvirtua... de nada serve, nem para a terra, nem para o esterco; deita-se fora como inútil. Tu és sal, alma de apóstolo. - Mas se te desvirtuas... (Caminho, 921)

Os católicos têm de andar pela vida como apóstolos: com luz de Deus, com sal de Deus. Sem medo, com naturalidade, mas com tal vida interior, com tal união com Nosso Senhor, que iluminem, que evitem a corrupção e as sombras, que repartam o fruto da serenidade e a eficácia da doutrina cristã. (Forja, 969)

Em momentos de desorientação geral, quando clamas ao Senhor pelas suas almas!, parece que não te ouve, que está surdo aos teus apelos. Inclusivamente chegas a pensar que o teu trabalho apostólico é vão.
- Não te preocupes! Continua a trabalhar com a mesma alegria, com a mesma vibração, com o mesmo afinco. Permite-me que insista: quando se trabalha por Deus, nada é infecundo! (Forja, 978)

Filho: todos os mares deste mundo são nossos, e lá onde a pesca é mais difícil é também mais necessária. (Forja, 979)

Com a tua doutrina de cristão, com a tua vida íntegra e com o teu trabalho bem feito, tens que dar bom exemplo, no exercício da tua profissão e no cumprimento dos deveres do teu cargo, aos que te rodeiam: os teus parentes, os teus amigos, os teus companheiros, os teus vizinhos, os teus alunos... - Não podes ser um embusteiro. (Forja, 980)


Tempos Litúrgicos -1

Fim do Tempo Comum

Prestes a terminar o ano litúrgico respira-se como que uma ansiedade pela chegada do Advento esse Tempo tão especial em que se nos propõe uma revisão de vida indispensável para a preparação do Natal.

De facto, nós cristãos, temos a felicidade de ter uma Igreja que é eminentemente Mãe extremosa sempre preocupada em dar aos seus filhos indicações sobre os caminhos a trilhar para chegar à meta que ambicionamos.

(ama, Reflexões, 2015.11.29) 

ADVENTO

Preparação do Advento

Este tempo de preparação que nos é sugerido pela Liturgia será um dos mais importantes e significativos de toda a história da salvação humana.
Com a Quaresma preparamos o momento fulcral mas, o Advento coloca-nos numa situação de expectativa.

De facto, se Cristo não tivesse assumido a identidade humana nascendo em Belém não poderia ter dado a vida na Cruz.
Assim ao escolher salvar a humanidade desta forma o Seu nascimento assume a máxima importância.

Para os assuntos importantes é costume preparar e programar a nossa vida de forma a estarmos aptos para o que se espera.
E para este que, como disse, é da maior importância, como vamos fazer?
Preparação, reflexão, reconversão, entrega, disponibilidade, simplicidade.
Eis o que se impõe.
Para isso é obviamente necessário exame, profundo, sério, singelo.
O que fazemos, como fazemos, quando fazemos é o que queremos ou o que Deus quer?

(ama, Reflexões no Advento, 29.11.2015) 

THALITA KUM 24


THALITA KUM 24

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Ao ver a Seus pés aquele pai angustiado, com certeza que Jesus Se debruçou a levantá-lo do solo.

Jairo é tão claro e determinado, mostra tanta confiança e fé que Jesus foi com ele.

Cristo não precisa de grandes discursos, de interpelações grandiloquentes para que a Sua misericórdia se manifeste. Deseja tão só que Lhe peçamos o que queremos. Ele já decidirá se o nosso pedido é justo e nos convém que seja atendido. Orar, no fim e ao cabo, é a forma que temos de nos relacionarmos com o Senhor e, orar é…

«Orar é falar com Deus. Mas de quê?" De quê?! Dele e de ti; alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas; e acções de graças e pedidos; e Amor e desagravo.
Em duas palavras: conhecê-lo e conhecer-te - ganhar intimidade!».[1]

Ele sabe muito bem quem nós somos e o que somos, conhece-nos intimamente e, por isso mesmo, não se importa que nos consideremos indignos, como de facto somos, e de, não obstante, nos dirigirmos a Ele com familiaridade.

Quer, deseja, que sejamos Seus amigos e, os amigos, não têm “cerimónias” uns com os outros.

«Não mais vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de Meu Pai.» [2]

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)




[1] S. Josemaria Escrivá, Caminho, 91.
[2]  Jo 15, 15

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Santo André - Apóstolo

Evangelho: Mt 4, 18-22

Caminhando Jesus ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.

Comentário:

Impressiona a simplicidade de algo tão transcendente com é o chamamento dos quatro primeiros Apóstolos.


Não há um discurso, uma explicação, o traçar de um plano de acção.


O Senhor, que sabe tudo, sabia que a resposta seria pronta, imediata, completa total.


Há com certeza algum conhecimento prévio da pessoa de Jesus, os quatro irmãos deveriam ter falado disso com detalhe, mas, não obstante, estariam longe de supor que este convite inopinado lhes seria feito.


As pessoas simples, de espírito aberto e coração puro, abraçam sem titubear os convites que reconhecem instantaneamente como sendo algo radical que mudará as suas vidas para sempre porque, também de imediato, reconhecem em Quem os convida, uma autoridade e grandeza a que não podem resistir.


Não “jogam, portanto, no escuro”, mas com a certeza e confiança que estão fazendo o que de facto lhes convém.


(ama, comentário sobre Mt 4, 18-22, 30.11.2017)

Leitura espiritual


CARTAS DE SÃO PAULO

2 Cor 11

Auto-elogio do Apóstolo

1 Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez da minha parte! Mas, de certo, ma suportareis. 2 Sinto por vós um ciúme semelhante ao ciúme de Deus, pois vos desposei com um único esposo, Cristo, a quem devo apresentar-vos como virgem pura. 3 Mas receio que, como a serpente seduziu Eva com a sua astúcia, os vossos pensamentos se deixem corromper, desviando-se da simplicidade que é devida a Cristo. 4 Pois de boamente aceitais alguém que surge a pregar-vos outro Jesus diferente daquele que nós pregámos, ou acolheis um espírito diferente daquele que recebestes, ou um Evangelho diverso daquele que abraçastes. 5 Ora, eu penso que em nada sou inferior a esses super-apóstolos. 6 E embora seja menos perito na palavra, não o sou, certamente, na ciência. Em tudo e de todas as maneiras vo-lo temos demonstrado. 7 Porventura cometi alguma falta, ao humilhar-me para vos exaltar, quando vos anunciei gratuitamente o Evangelho de Deus? 8 Despojei outras igrejas, recebendo delas o sustento para vos servir, 9 e encontrando-me necessitado no meio de vós, não fui pesado a ninguém, pois os irmãos vindos da Macedónia é que proveram às minhas necessidades. Em tudo me guardei de vos ser molesto e continuarei a fazê-lo. 10 Pela verdade de Cristo que está em mim, não me será tirado este motivo de glória nas regiões da Acaia. 11 E porquê? Porque não vos amo? Deus o sabe! 12 O que faço, continuarei a fazê-lo, para não dar qualquer pretexto àqueles que o buscam, a fim de aparecerem como nós naquilo de que se gloriam. 13 Esses tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçados de apóstolos de Cristo. 14 E não é de estranhar! Também Satanás se disfarça em anjo de luz! 15 Não é por isso grande coisa se os seus ministros se disfarçarem de servidores da justiça. O fim deles será conforme às suas obras.

Trabalhos apostólicos de Paulo (Act 15-28)

16 Volto a dizê-lo. Ninguém me tenha por insensato. Ou então, aceitai-me como insensato, para que também eu possa gloriar-me um pouco. 17 O que vou dizer, não o digo segundo o Senhor, mas como num assomo de insensatez, certo de que tenho motivos para me gloriar. 18 Já que muitos se gloriam por motivos humanos, também eu o vou fazer. 19 Na verdade, tão sensatos como sois, suportais de bom grado os insensatos. 20 Suportais quem vos escraviza, vos devora, vos explora, vos trata com arrogância, vos esbofeteia. 21 Para nossa vergonha o digo: como fracos nos mostramos. Mas daquilo de que alguém se faz forte - eu falo como insensato - também eu me posso fazer. 22 São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendentes de Abraão? Também eu. 23 São ministros de Cristo? - Falo a delirar - eu ainda mais: muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. 24 Cinco vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. 25 Três vezes fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite e um dia no alto mar. 26 Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte dos falsos irmãos! 27 Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! 28 Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas! 29 Quem é fraco, sem que eu o seja também? Quem tropeça, sem que eu me sinta queimar de dor? 30 Se é mesmo preciso gloriar-se, é da minha fraqueza que me gloriarei. 31 O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é bendito para sempre, sabe que não minto. 32 Em Damasco, o etnarca do rei Aretas mandou guardar a cidade dos damascenos para me prender. 33 Mas fui descido num cesto, por uma janela, ao longo da muralha, e assim escapei das suas mãos.

Doutrina – 512


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio



SEGUNDA SECÇÃO

OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA

CAPÍTULO SEGUNDO

OS SACRAMENTOS DA CURA


 295. Porque é que Cristo instituiu os sacramentos da Penitência e da Unção dos enfermos?


Cristo, médico da alma e do corpo, instituiu-os porque a vida nova, que Ele nos deu nos sacramentos da iniciação cristã, pode ser enfraquecida e até perdida por causa do pecado. 
Por isso, Cristo quis que a Igreja continuasse a sua obra de cura e de salvação mediante estes dois sacramentos.

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




29/11/2019

Fazer da sua vida diária um testemunho de Fé


Muitas realidades materiais, técnicas, económicas, sociais, políticas, culturais..., abandonadas a si mesmas, ou nas mãos de quem carece da luz da nossa fé, convertem-se em obstáculos formidáveis à vida sobrenatural: formam como que um couto cerrado e hostil à Igreja. Tu, por seres cristão – investigador, literato, cientista, político, trabalhador... –, tens o dever de santificar essas realidades. Lembra-te de que o universo inteiro – escreve o Apóstolo – está a gemer como que em dores de parto, esperando a libertação dos filhos de Deus. (Sulco, 311)

Já falámos muito deste tema noutras ocasiões, mas permiti-me insistir de novo na naturalidade e na simplicidade da vida de S. José, que não se distinguia da dos seus vizinhos nem levantava barreiras desnecessárias.
Por isso, ainda que possa ser conveniente nalguns momentos ou em algumas situações, habitualmente não gosto de falar de operários católicos, de engenheiros católicos, de médicos católicos, etc., como se se tratasse de uma espécie dentro dum género, como se os católicos formassem um grupinho separado dos outros, dando assim a sensação de que existe um fosso entre os cristãos e o resto da humanidade. Respeito a opinião oposta, mas penso que é muito mais correcto falar de operários que são católicos, ou de católicos que são operários; de engenheiros que são católicos ou de católicos que são engenheiros. Porque o homem que tem fé e exerce uma profissão intelectual, técnica ou manual, está e sente-se unido aos outros, igual aos outros, com os mesmos direitos e obrigações, com o mesmo desejo de melhorar, com o mesmo empenho de se enfrentar com os problemas comuns e de lhes encontrar a solução.
O católico, assumindo tudo isto, saberá fazer da sua vida diária um testemunho de Fé, de Esperança e de Caridade; testemunho simples, normal, sem necessidade de manifestações aparatosas, pondo de manifesto – com a coerência da sua vida – a presença constante da Igreja no mundo, visto que todos os católicos são, eles mesmos, Igreja, pois são membros, com pleno direito, do único Povo de Deus. (Cristo que passa, 53)


THALITA KUM 23


THALITA KUM 23

Nós, na hora de perdoar, guardamos, quase sempre, uma pequena “reserva” que, mais tarde, a propósito e a despropósito, talvez lembremos.
Claro, Jesus, é Deus e, nós somos humanos, mas, não obstante, Ele quer que O imitemos em tudo, mas, sobretudo, no perdão. Por isso fez constar na oração que ensinou, de uma forma muito clara, essa necessidade de perdoar para ser perdoado.

Se Deus fizesse exactamente o que Lhe pedimos e nos perdoasse só na medida em que perdoamos os outros – tal como rezamos no Pai-nosso – que desgraçados seríamos.
Felizmente, que o Senhor sabe muito bem de que “massa somos feitos” e, na Sua Infinita Misericórdia concede-nos um “desconto” precioso no nosso compromisso.
Tão difícil perdoar! Tão difícil não julgar!

«Senhor, ajuda-me a conter-me no meu tão frequente julgamento dos outros. Intimamente e de viva voz. Põe na minha frente o espelho dos meus próprios defeitos e faltas de carácter, tudo aquilo que julgo ver nos outros. Não valho nada, não sei nada, não tenho nada, não sou nada» [1]

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] AMA, orações pessoais

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM


Evangelho: Lc 21, 29-33

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai a figueira e as outras árvores: Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».

Comentário:

As palavras de Cristo são palavras de vida eterna, não são nem vaticínios nem prenúncios, mas a constatação da simples e completa verdade.

Mas, também, são um aviso muito sério para ser levado em conta.

Ninguém poderá, com verdade, invocar desconhecimento ou surpresa.

Que fazer, pois, senão estar preparados para o futuro que não sabemos se próximo ou longínquo?

E como nos havemos de preparar?

Não há outro caminho: seguir, em tudo, o Senhor que é o nosso Pastor e Guia, pedindo também ao Espírito Santo que nos conceda os Seus Dons para melhor conseguir esse objectivo.

(AMA, comentário sobre Lc 21, 29-33, 07.09.2017)

Leitura espiritual


CARTAS DE SÃO PAULO

2 Cor 10

III. DEFESA DE PAULO (10,1-13,13)

Refutação das calúnias

1 Sou eu mesmo, Paulo, quem vos exorta pela mansidão e bondade de Cristo. Eu, que sou tão humilde quando estou no meio de vós, na vossa presença, mas tão ousado para convosco, quando estou longe! 2 Rogo-vos que, quando estiver presente, não me obrigueis a usar da autoridade com que penso dever afrontar aqueles que consideram o nosso comportamento inspirado por critérios humanos. 3 Pois, embora vivamos numa natureza frágil, não lutamos por motivos humanos. 4 As armas do nosso combate não são de origem humana, mas, por Deus, são capazes de destruir fortalezas. Destruímos os sofismas 5e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus e cativamos todo o pensamento para o conduzir à obediência a Cristo. 6 Estamos prontos a punir qualquer desobediência, quando a vossa obediência for completa. 7 Olhai as coisas de frente. Se alguém está convencido de pertencer a Cristo, tome consciência, de uma vez por todas, de que assim como ele é de Cristo, também nós o somos. 8 E ainda que eu me gloriasse em excesso do poder que Deus nos deu para a vossa edificação, e não para a vossa ruína, não teria de que me envergonhar. 9 Não quero, porém, dar a impressão de querer intimidar-vos por cartas, 10 porque - dizem eles - «as suas cartas são duras e enérgicas, mas quando está presente é fraco e a sua palavra, desprezível.» 11 Aquele que assim fala saiba que, tal como sou em palavras, por cartas, quando estou ausente, tal serei também por acções, quando estiver presente. 12 Em verdade, não ousamos igualar-nos ou comparar-nos a alguns daqueles que se recomendam a si mesmos. Medindo-se pela sua própria medida e comparando-se consigo mesmos, dão provas de pouco senso. 13 Quanto a nós, não nos gloriaremos desmedidamente, mas de acordo com a norma que Deus nos atribuiu para poder chegar até vós. 14 De facto, não ultrapassamos os limites, como seria o caso, se não tivéssemos chegado até vós, pois fomos mesmo ter convosco com o Evangelho de Cristo. 15 Não nos gloriamos desmedidamente com trabalhos alheios. Temos a esperança de que, com os progressos da vossa fé, cresceremos cada vez mais em vós, segundo a norma que nos foi dada, 16 levando o Evangelho para além das vossas fronteiras, sem contudo entrarmos em campo alheio, para não nos gloriarmos de trabalhos já feitos. 17 Quem se gloria, que se glorie no Senhor, 18 pois não é aquele que se recomenda a si próprio que é aprovado, mas aquele que o Senhor recomenda.

Economía virtuosa

Opinión



Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




28/11/2019

Pequena agenda do cristão Quinta-Feira

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

Santíssima Eucaristia

A maravilha deste Santíssimo Sacramento é que celebrado pela primeira vez há três mil anos pelo próprio Jesus Cristo que o instituiu durante a última Ceia, se renova vezes sem conta todos os dias pela força e graça do mesmo Senhor Jesus durante a celebração da Santa Missa.[i]

Graças e louvores dou - quero dar - em cada momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Emprego todo o meu ser em contemplação do sublime mistério.
Aqui estou, rendido, a Teus pés.
GT![ii]

Olho para o Sacrário e imagino a multidão de Anjos que o rodeiam em permanente louvor e adoração.
Invisíveis aos meus olhos humanos, mas perfeitamente detectáveis pela minha alma.
Por momentos, atrevo-me a juntar-me a eles e, com eles entoo cânticos de louvor a Ti, Deus Uno e Omnipotente, humilíssimamente escondido sob as espécies do Pão Consagrado.[iii]

Laudate Domine omnes gentes!
Laudate eum, omnes populi quoniam confirmata est super nos misericordia eius, et veritas Domini manet in aeternum.
Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.
Sicut erat in principio, et nunc, et semper.
Et in saecula saeculorum.
Amen.

Santíssima Eucaristia, eu me prostro em adoração, mergulhando no abismo da extraordinária realidade que me dou conta: o meu Senhor e meu Deus, o Supremo Criador de quanto existe, está realmente ali, como alimento perene dos homens.
Mistério inacreditável não fora a certeza da fé que mo revela. Sim, Senhor, eu creio sem nenhuma margem de dúvida que assim é.
A minha felicidade por me dar conta deste extraordinário bem é indescritível porque realizando o nada que sou, me dou conta desta maravilha: poder receber-te na Comunhão Eucarística!
Sem mérito algum da minha parte, mas por Tua exclusiva bondade e misericórdia. Gratias Tibi! Gratias Tibi![iv]

Adóro te devóte [v]

Adóro te devóte, latens Déitas,
Quae sub his figúris vere látitas:
Tibi se cor meum totum súbiicit,
Quia te contémplans totum déficit.

Visus, tactus, gustus in te fállitur,
Sed audítu solo tuto créditur.
Credo, quidquid dixit Dei Fílus:
Nil hoc verbo Veritátis vérius.

In cruce latébat sola Déitas,
At hic latet simul et humánitas;
Ambo tamen credens atque cónfitens,
Peto quod petívit latro poénitens.

Plagas, sicut Thomas, non intúeor;
Deum tamen meum te confíteor.
Fac me tibi semper magis crédere,
In te spem habére, te dilígere.

O memoriále mortis Dómini!
Panis vivus, vitam praestan hómini!
Praesta meae menti de te vívere.
Et te illi semper dulce sápere.

Pie pellicáne, Iesu Dómine,
Me immúndum munda tuo sánguine.
Cuius una stilla salvum fácere
Totum mundum quit ab omni scélere.

Iesu, quem velátum nunc aspício,
Oro fiat illud quod tam sítio;
Ut te reveláta cernens fácie,
Visu sim beátus tuae glóriae.
Amen.





[i] AMA, orações pessoais
[ii] AMA, orações pessoais
[iii] AMA, orações pessoais
[iv] AMA, orações pessoais
[v] S. T. Aquino, Hino Adorote Devote