Capítulo II
JESUS CRISTO SEMPRE JOVEM
A juventude da
Igreja
Maria, a jovem de Nazaré
Capítulo III
VÓS SOIS O AGORA DE DEUS
64.
Depois de observar a Palavra de Deus, não podemos limitar-nos a dizer que os
jovens são o futuro do mundo: são o presente, estão-no enriquecendo com a sua
contribuição.
Um
jovem já não é uma criança, encontra-se num momento da vida em que começa a
assumir várias responsabilidades, participando com os adultos no desenvolvimento
da família, da sociedade, da Igreja.
Mas
os tempos mudam, colocando-se a questão: Como são os jovens hoje? Que sucede
agora aos jovens?
Em positivo
65.
O Sínodo reconheceu que os fiéis da Igreja nem sempre têm o comportamento de
Jesus.
Mas,
quando a Igreja abandona esquemas rígidos e se abre à escuta pronta e atenta
dos jovens, esta empatia enriquece-a, porque «permite que os jovens dêem a sua
colaboração à comunidade, ajudando-a a individuar novas sensibilidades e a
colocar-se perguntas inéditas»[2].
66.
Hoje nós, adultos, corremos o risco de fazer uma lista de desastres, de
defeitos da juventude actual.
Alguns
poderão aplaudir-nos, porque parecemos especialistas em encontrar aspectos
negativos e perigos.
Mas,
qual seria o resultado deste comportamento?
Uma
distância sempre maior, menos proximidade, menos ajuda mútua.
67.
A clarividência de quem foi chamado a ser pai, pastor ou guia dos jovens
consiste em encontrar a pequena chama que continua a arder, a cana que parece
quebrar-se (cf. Is 42, 3) mas ainda não partiu.
É
a capacidade de individuar percursos onde outros só vêem muros, é saber
reconhecer possibilidades onde outros só vêem perigos.
Assim
é o olhar de Deus Pai, capaz de valorizar e nutrir os germes de bem semeados no
coração dos jovens.
Por
isso, o coração de cada jovem deve ser considerado «terra santa», diante da
qual nos devemos «descalçar» para nos podermos aproximar e penetrar no
Mistério.
Muitas juventudes
68.
Poderíamos procurar descrever as características dos jovens de hoje, mas, antes
de mais nada, quero registar uma observação dos Padres Sinodais: a própria
«composição do Sínodo tornou visível a presença e a colaboração das diferentes
regiões do mundo, evidenciando a beleza de ser Igreja universal.
Embora
num contexto de crescente globalização, os Padres Sinodais pediram para
salientar as múltiplas diferenças entre contextos e culturas, inclusive dentro
do mesmo país. Existe uma pluralidade de mundos juvenis, a ponto de se tender,
nalguns países, a usar o termo “juventude” no plural.
Além
disso, a faixa etária considerada pelo presente Sínodo (16-29 anos) não
representa um todo homogéneo, mas compõe-se de grupos que vivem situações
peculiares»[3].
69.
Partindo do ponto de vista demográfico, alguns países têm muitos jovens,
enquanto outros possuem uma taxa de natalidade muito baixa.
«Outra
diferença deriva da história, que torna distintos os países e continentes de
antiga tradição cristã, cuja cultura é portadora de uma memória que não deve
ser perdida, dos países e continentes marcados por outras tradições religiosas
e onde o cristianismo tem uma presença minoritária e, por vezes, recente.
Além
disso, em outros territórios, as comunidades cristãs e os jovens que fazem
parte delas são objecto de perseguição»[4].
Deve
distinguir-se também os jovens «que têm acesso às crescentes oportunidades
oferecidas pela globalização de quantos, ao contrário, vivem à margem da
sociedade ou no mundo rural suportando os efeitos de formas de exclusão e
descarte»[5].
70.
Existem muitas outras diferenças, que seria complexo referir aqui em detalhe.
Por isso, não me parece oportuno demorar-me a oferecer uma análise exaustiva
dos jovens no mundo actual, de como vivem e do que lhes sucede. Mas, como
também não posso deixar de observar a realidade, assinalarei brevemente algumas
contribuições que chegaram antes do Sínodo e outras que pude recolher durante o
mesmo.
Algumas coisas que
acontecem aos jovens
71.
A juventude não é algo que se possa analisar de forma abstracta.
Na
realidade, «a juventude» não existe; o que há são jovens com as suas vidas
concretas.
No
mundo actual, cheio de progresso, muitas destas vidas estão sujeitas ao
sofrimento e à manipulação.
Franciscus
Revisão
da versão portuguesa por AMA
Notas:
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