Não necessito de milagres; bastam-me os que há na Escritura. –
Pelo contrário, faz-me falta o teu cumprimento do dever, a tua correspondência
à graça. (Caminho, 362)
Repitamos com a palavra e com as obras: Senhor, confio em Ti, basta-me
a tua providência ordinária, a tua ajuda de cada dia. Não temos por que pedir a
Deus grandes milagres. Temos de lhe suplicar, pelo contrário, que aumente a
nossa fé, que ilumine a nossa inteligência, que fortaleça a nossa vontade. Jesus
está sempre junto de nós e permanece fiel.
Desde o começo da minha pregação, preveni-vos contra um falso endeusamento.
Não te assustes ao veres-te tal como és: assim, feito de barro. Não te
preocupes. Porque, tu e eu somos filhos de Deus, – este é o endeusamento bom –
escolhidos desde a eternidade, com uma vocação divina: escolheu-nos o Pai, por
Jesus Cristo, antes da criação do mundo, para que sejamos santos diante dele.
Nós, que somos especialmente de Deus, seus instrumentos apesar da nossa pobre
miséria pessoal, seremos eficazes se não perdermos o conhecimento da nossa
fraqueza. As tentações dão-nos a dimensão da nossa própria fraqueza.
Se sentimos desalento ao experimentar – talvez de um modo particularmente
vivo – a nossa mesquinhez, é o momento de nos abandonarmos por completo, com
docilidade, nas mãos de Deus. Conta-se que, certo dia, um mendigo saiu ao
encontro de Alexandre Magno, pedindo uma esmola. Alexandre parou e ordenou que
o fizessem senhor de cinco cidades. O pobre, confundido e atordoado, exclamou:
eu não pedia tanto! E Alexandre respondeu: tu pediste como quem és; eu dou-te
como quem sou. (Cristo que passa, 160)
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