06/02/2019

Memória pessoal


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Há poucos dias passaram quatro anos que estive na gruta onde São Paulo viveu durante a sua estadia - forçada por naufrágio - na Ilha de Malta.

O ar que se respirava naquele ambiente era de uma solenidade muito particular como se sentisse uma presença física que, todavia, não era algo nem estranho nem espiritual.

Talvez fosse, antes, um sentimento de mistério inexplicável de solene simplicidade.

A gruta, propriamente dita, não tem nenhum atractivo especial, isto é, trata-se de uma “furna” escavada na rocha onde as únicas “presenças” físicas são uma escultura em pedra do Apóstolo das Gentes e um genuflexório onde outro santo – São João Paulo II – se terá ajoelhado em recolhimento interior durante uma sua visita ao local.

Estas duas “presenças” não chocam a simplicidade do local, antes conferem uma dimensão como que sobrenatural ao ambiente.


E deixei voar o pensamento – já de si recolhido – sobre o que se terá passado nesses momentos tão particulares.

O Apóstolo moderno – do mundo de hoje – viajante incansável que percorreu todo o mundo levando Cristo às gentes mais díspares e aos países mais recônditos, falando incessantemente d’Ele a poucos assistentes ou em areópagos imensos, a gente simples ou chefes de Nações e líderes mundiais, e o Apóstolo que há dois mil anos levou o conhecimento de Cristo e propagando a Fé na Sua Doutrina e na Sua Palavra por mundos desconhecidos e longínquos, viajando também incessantemente por todos os meios possíveis, estabelecendo contactos, criando grupos de fiéis, fundando igrejas, contactando infiéis ou descrentes, arrostrando com dificuldades em conta e ataques pessoais que nunca o apoquentaram ou fizeram desistir e que, finalmente, declara iniludívelmente:

“Não sou eu quem vive mas Cristo que vive em mim”!

E, eu, testemunha emocionada, deixei-me levar por todos estes pensamentos e senti-me – além de privilegiado – pequeno e sem mérito, apóstolo incipiente e sem rasgos de determinação e entrega como Ele nos disse – a todos – que fôssemos.

AMA, reflexão, Fev. de 2019

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