25/01/2019

Leitura espiritual


A oração do Vigário de Cristo

Pergunta:

Depois destes esclarecimentos, necessários, sobre a oração cristã, permita-me que volte à pergunta precedente:

Como e por quem e porquê reza o Papa?

Resposta:

Teria de se fazer a pergunta ao Espírito Santo! 

O Papa reza tal como Espírito Santo lhe permite rezar.

Penso que deve rezar de maneira que, aprofundando no mistério revelado em Cristo, possa cumprir melhor o seu ministério. E o Espírito certamente guia-o no resto. Basta somente que o homem não ponha obstáculos.
«O Espírito Santo vem em ajuda da nossa debilidade.»

Porque reza o Papa?

Com que se enche o espaço interior da sua oração?

Gaudium etspes, luctus et angor hominum huius temporis, alegrias e esperanças, tristeza e angústias dos homens dehoje são objecto da oração do Papa

Evangelho quer dizer boa nova, e a Boa Notícia é sempre um convite á alegria.

O que é o Evangelho?

É uma grande afirmação do mundo e do homem porque é a revelação da verdade do seu Deus.

Deus é a primeira fonte de alegria e de esperança para o homem.

Um Deus tal como nos revelou Cristo.

Deus é Criador e Pai; Deus, que« amou tanto o mundo até ao ponto de entregar o seu Filho Unigénito, para que o homem não morra, mas para que tenha a vida eterna» [i]

Evangelho é, antes de qualquer outra coisa a alegria da criação.

Deus ao criar, vê que o que cria é bom [ii], que é fonte de alegria para todas as criaturas, e em sumo grau é-o para todo o homem.

Deus Criador parece dizer a toda a criação: «É bom que tu existas» 
E esta sua alegria transmite-se especialmente mediante a Boa Nova, segundo a qual o Bem é maior que tudo o que no mundo haja de mal!

O mal não é nem fundamental nem definitivo.

Também neste pondo o cristianismo se distingue de modo cortante de qualquer forma de pensamento existencial.

A criação foi dada e confiada como a tarefa ao homem com o fim de que constitua para ele não uma fonte de sofrimentos, mas para que seja o fundamento de uma existência criativa no mundo.

Um homem que crê na bondade essencial das criaturas está em condições de descobrir todos os segredos da criação, de aperfeiçoar continuamente a obra que Deus lhe entregou.

Para quem acolhe a Revelação e, em particular, o Evangelho, tem que concluir que é melhor existir que não existir; e por isso no horizonte do Evangelho não há lugar para nenhum nirvana, para nenhuma apatia ou resignação.
Há, pelo contrário, um grande desafio para aperfeiçoar tudo quanto foi criado, tanto a si próprio como ao mundo.

O motivo da nossa alegria é, pois, ter a força com que derrotar o mal, é receber a filiação divina, que constitui a essência da Boa Nova.
Este poder, Deus dá-o ao homem em Cristo.

«O Filho Unigénito vem ao mundo não para julgar o mundo, mas para que o mundo se salve do mal». [iii]

A obra da Redenção é a elevação da obra da Criação a um novo nível.
O que tinha sido criado fica penetrado de uma santificação redentora, mais ainda, por uma divinização, fica como que atraído pela órbita da divindade e da vida íntima de Deus.

Nesta dimensão é vencida a força destrutiva do pecado.
A vida indestrutível, que se revela na Ressurreição de Cristo, “devora” por assim dizer a morte.

«Onde está, oh morte a tua vitória?» pergunta o Apóstolo Paulo fixando o seu olhar em Cristo ressuscitado. [iv]

(Cfr entrevista de Vittorio Messori a São João Paulo II, CRUZANDO EL UMBRAL DE LA ESPERANZA, Outubro de 1994)

(Tradução do castelhano por AMA)




[i] Cfr. Jo 3, 16
[ii] Cfr Gn 1, 1-25
[iii] Cfr. Jo 5, 17
[iv] 1 Cor 15,55

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