Em Novembro a Liturgia faz apelo repetidamente a este
tema: novíssimos!
Logo no início leva-nos a considerar todos os santos e
todos os fiéis defuntos; e, depois pelo mês fora vai insistindo em temas
ligados à escatologia que è a ciência das últimas coisas.
Para muitos - até cristãos - este é um assunto e
difícil abordagem talvez não por medo ou receio no verdadeiro sentido das
palavras, mas porque "incomoda".
Os temas ligados à morte, ao juízo final, etc., são
como que tabus para muitas pessoas.
Evidentemente que há uma explicação por assim dizer,
primária: trata-se de algo misterioso ou que, de qualquer modo, o ser humano
não tem domínio nem pode prever ou alterar.
Habituados à liberdade que Deus nos concedeu, quando
encontramos algo onde essa liberdade não pode exercer-se, temos tendência a
rebelar-nos ou a colocar o assunto de lado.
Mas, a verdade, é que podemos encarar a morte, o juízo
final, os novíssimos, enfim, com consciência e liberdade.
Como?
Vivendo naturalmente considerando que a
inevitabilidade não tem que ser um drama antes um estado natural a que
chegaremos quando como Deus quiser.
Preparar esses momentos parece não só lógico como
conveniente e para quem, como nós cristãos, acredita na vida eterna, é
absolutamente necessário que o façamos.
Temos muita dificuldade em compreender a eternidade
porque estamos como que trânsito, isto é, não estamos fixos definitivamente.
Sobretudo não sabemos quando começa a eternidade.
Pois bem a eternidade começa no exacto momento da
nossa morte.
Não há, portanto, como que um hiato, enquanto se
processam vários trâmites, por assim dizer.
O Juízo acontece já na eternidade, e acontece como um
relâmpago que cruza os céus, como disse Cristo e isto compreende-se porque a
eternidade é a total ausência de tempo.
Sim é verdade que se escreve e pensa muito sobre o
juízo, a intervenção de Nossa Senhora, do Anjo da Guarda, mas isso que gostamos
de considerar não quer dizer que precise de algum tempo, humanamente falando.
Subitamente entramos na vida eterna de onde não há nem
remissão, nem evolução no lugar que será o nosso para todo o sempre.
Esse lugar, efectivamente, foi escolhido por nós
inteira liberdade não tendo Deus interferido nunca a não ser com as inspirações
e auxílios que sempre disponibiliza aos Seus filhos quem conhece as fraquezas e
necessidades.
(AMA,
reflexões, 07.10.2016)
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