Os filhos, especialmente quando
são ainda pequenos, costumam pensar no que hão-de fazer por eles os seus pais,
esquecendo-se das suas obrigações de piedade filial. Nós, os filhos, somos
geralmente muito interesseiros, embora esta nossa conduta – já o fizemos notar
– não pareça incomodar muito as mães, porque têm suficiente amor nos seus
corações e querem com o melhor carinho: aquele que se dá sem esperar
correspondência.
Assim acontece também com Santa
Maria. (...) Hão-de doer-nos, se as encontrarmos, as nossas faltas de
delicadeza com esta boa Mãe. Pergunto-vos e pergunto-me a mim mesmo: como a
honramos?
Voltemos mais uma vez à experiência
de cada dia, ao modo de tratar com as nossas mães na terra. Acima de tudo, que
desejam dos seus filhos, que são carne da sua carne e sangue do seu sangue? O
seu maior desejo é tê-los perto. Quando os filhos crescem e não é possível
continuarem a seu lado, aguardam com impaciência as suas notícias, emocionam-se
com tudo o que lhes acontece, desde uma ligeira doença até aos acontecimentos
mais importantes.
Olhai: para a nossa Mãe, Santa
Maria, jamais deixamos de ser pequenos, porque Ela nos abre o caminho até ao
Reino dos Céus, que será dado aos que se tornam meninos. De Nossa Senhora nunca
nos devemos afastar. Como a honraremos? Tendo intimidade com Ela, falando com
Ela, manifestando-lhe o nosso carinho, ponderando no nosso coração os episódios
da sua vida na terra, contando-lhes as nossas lutas, os nossos êxitos e os
nossos fracassos. (Amigos de Deus, nn. 289–290)