05/10/2017

Reflectindo

Cento e cinquenta e três grandes peixes

Jesus, posso afirmar, preocupava-se com os doze escolhidos para O seguirem mais de perto.
As longas conversas - que poderíamos chamar de aulas de catequese - destinavam-se à sua formação espiritual e humana.
Mas não só.
Porque O seguiam no Seu constante deambular de terra em terra, não podiam trabalhar nos seus ofícios - eram quase todos pescadores e, a pesca requer tempo, muito tempo - e conseguirem assim, ganhar para o sustento próprio e das suas famílias.
Cento e cinquenta grandes peixes é uma manifestação do cuidado pelas coisas simples e concretas dos Seus próximos.
Gosto de fazer contas.
O Evangelho diz expressamente «cento e cinquenta grandes peixes» [i].
Admitamos que um "grande peixe" pese, pelo menos, cinco quilos.
Temos assim que o total dará mais ou menos 765 quilos de peixe.
Meia tonelada!
Admitamos que cada um comeria meio quilo de peixe, ou seja - exagerando - naquela refeição nas margens do lago consumiram seis quilos de peixe.
Restam, portanto, quatrocentos 759 quilos de peixe.
Não sei quanto valeria um quilo de peixe, mas, considerando que com um Denário – salário médio de um trabalhador – se compravam oito quilos de pão, podemos admitir que um quilo de peixe valeria, pelo menos, metade, ou seja, meio Denário.
Sendo assim, os 494 quilos de peixe renderiam 279 denários, cerca de 32 denários a cada um.
Ou seja, o sustento de 32 dias de trabalho.
Vale a pena fazer estes "exercícios"?
Acho que sim porque - de certa forma - demonstram não só a Providência divina, mas, sobretudo, a magnitude dessa providência cuja medida é aquela que o Senhor refere: «uma medida cheia, bem calcada, a transbordar» [ii].

AMA, Reflexões, 31.05.2017




[i] Jo 21, 1-11
[ii] Lc 6, 38

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