Mas, a morte, é assim:
vida!
A vida prossegue o seu
ritmo quase normal, nos primeiros tempos em que a memória está “fresca”,
depois… só ocasionalmente nos recordamos do que aconteceu.
É muito bom que assim seja
porque nestas memórias raramente aparecem os defeitos – que com toda a certeza
a pessoa tinha – para surgirem com mais força, maior nitidez, as qualidades, os
momentos bem passados, enfim, as coisas boas da vida anterior.
Assim, a morte, vem
nivelar as relações, as memórias. Já não há nada a fazer!
Deparamo-nos finalmente
com esta sensação estranha que não tínhamos sequer imaginado pudesse surgir:
afinal, o lugar deixado vago pela morte não necessita ser preenchido donde
concluímos que cada pessoa, sendo única, é insubstituível.
Claro que a razão é muito
mais profunda que a simples constatação formal. Cada ser humano, embora podendo
ter semelhanças com outro, nunca é qual exactamente porque é fruto da obra
criadora de Deus que não faz nada ‘em série’, como numa linha de montagem. Cada
ser humano tem uma alma – a imagem do Criador impressa – exclusivamente criada
para si no momento da concepção.
Por isso mesmo, a
concepção da vida concreta, real é de suma importância para compreender e
aceitar a morte.
É, pelo menos,
interessante dar-nos conta como a consideração da morte nos leva a pensar na
vida sendo que, o contrário, não acontece.
A que propósito se iria
pensar na morte quando nos sentimos vivos e, mais, com vontade e desejo de
viver?
Não faz muito sentido,
parece e, no entanto, seria de manifesta utilidade que o fizéssemos exactamente
para termos consciência do nosso destino eterno.
(AMA, reflexões, 2013)
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