A.
O MELHOR AMOR
1. Tipos de amor. Pode
falar-se de dois tipos de amor:
Amor-sentimento.- Tem-se
face às pessoas que nos são agradáveis e que, como se costuma dizer, nos caem
bem. Este afecto deve-se a algo bom que possuem, como o seu sorriso, a sua
beleza, o seu dinheiro, o seu clube de futebol, o seu lugar de nascimento, etc.
Depois do pecado original também o mal nos pode atrair, mas isso seria um amor
defeituoso.
Amor-caridade.- A definição
clássica de amor é esta: Ama-se a quem se deseja bem. Amar é procurar o bem do
outro, por exemplo, prestando-lhe um serviço. É um carinho mais forte que o
anterior pois não depende de um estado de ânimo variável. Por isto, é possível
amar alguém ainda que este seja antipático.
2. O amor-sentimento e o
amor-caridade opõem-se? Geralmente complementam-se; por exemplo, é mais fácil
desejar o bem a quem nos é amável. Somente se enfrentam quando alguém alimenta
em excesso o seu amor - sentimento: então, está tão dependente do que lhe
agrada que o seu coração se torna egoísta e esquece o bem dos outros.
3. Pode-se amar a quem não
se ama e continuar casados? Assim procede muita gente. Normalmente as amizades
humanas começam com um amor-sentimento que atrai. Depois, a amizade torna-se
sólida com o crescer do amor-caridade. Nos casais há momentos em que os
sentimentos falham, por aborrecimento ou cansaço, divergências ou mal
entendidos, etc. Mas não se chega à rotura (divorcio) porque permanece a
lealdade e um fundo de amor - caridade que permite continuar a desejar o bem da
família. Se se mantém o esforço de procurar o bem do outro -caridade-,
normalmente recupera-se o amor-sentimento que facilita muito as coisas.
4. Como se reconhece o amor
maior? Em primeiro lugar ama mais
quem deseja um bem maior ao outro.
Também há maior amor quando
se procura um bem para o outro à custa de um maior esforço pessoal.
("Ninguém tem maior amor do aquele que dá a vida pelos seus amigos").
O maior sacrifício é dar a
própria vida e o maior bem é o céu. Por tanto, ama-nos mais quem nos consegue o
céu oferecendo a sua vida em troca, morrendo na Cruz.
5. Ama mais quem concede
muitos caprichos? A obtenção de muitos caprichos causa dano às pessoas
tornando-as débeis e caprichosas. Por isso, quem os concede não ama realmente
pois está a prejudicar. Se calhar pensa-se que se está a fazer um bem, no
entanto, pode ser um amor que se engana. Da mesma forma, quem concede a si
mesmo todos os prazeres, não se ama correctamente.
6. Há obstáculos para o
amor? Sobre isto pode ver-se o tema coração. Resumindo, os grandes obstáculos
para o amor são dois:
O ódio.- É o oposto do amor
- caridade, pois odeia-se alguém a quem se deseja o mal. A ausência de amor -
sentimento não equivale ao ódio: é possível não se gostar de alguém sem
desejar-lhe algum mal.
O egoísmo.- O egoísta só se
ama a si mesmo. Por isso, ama-se erradamente, uma vez que estraga e diminui o
seu coração que foi criado para amar a muitos.
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