Admira a bondade do nosso Pai Deus: não
te enche de alegria a certeza de que o teu lar, a tua família, o teu país, que
amas com loucura, são matéria de santidade? (Forja, 689)
E agora, meus filhos e minhas filhas,
permiti que me detenha noutro aspecto – particularmente querido – da vida
comum. Refiro-me ao amor humano, ao amor casto entre um homem e uma mulher, ao
noivado, ao matrimónio. Devo dizer uma vez mais que esse amor humano santo não
é algo de permitido, de tolerado, à margem das verdadeiras actividades do
espírito, como poderiam insinuar os falsos espiritualismos a que antes aludia.
Há quarenta anos que venho pregando exactamente o contrário, através da palavra
e da escrita, e os que não compreendiam já o vão entendendo.
O amor que conduz ao matrimónio e à
família pode ser também um caminho divino, vocacional, maravilhoso, meio para
uma completa dedicação ao nosso Deus. Realizai as coisas com perfeição,
tenho-vos recordado, ponde amor nas pequenas actividades da jornada, descobri –
insisto – esse quê divino que se oculta nos pormenores: toda esta doutrina
encontra um lugar especial no espaço vital em que o amor humano se enquadra. (Temas
Actuais do Cristianismo, 121)
A família: santificar o lar dia a dia
“Cada lar cristão – disse S. Josemaria
numa homília pronunciada em 1970 – deveria ser um remanso de serenidade, em que
se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma
tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.". (Cristo
que passa, 22, 4)
É verdadeiramente infinita a ternura de
Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos. Fez do matrimónio
um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a sua Igreja, um grande
sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há-de ser, com a graça de
Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade. Os pais são
cooperadores de Deus. Daí nasce o amável dever de veneração, que corresponde
aos filhos. Com razão, o quarto mandamento pode chamar-se – escrevi-o há tantos
anos – o dulcíssimo preceito do Decálogo. Se se vive o matrimónio como Deus
quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e alegre. (Cristo
que passa, 78, 6)
Famílias que viveram de Cristo e que
deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que foram centros de
irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles
tempos, mas animados de um espírito novo que contagiava aqueles que os
conheciam e com eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim
havemos de ser os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da
alegria que Cristo nos trouxe. (Cristo que passa, 30, 5)
Comove-me que o Apóstolo qualifique o
matrimónio cristão como «sacramentum magnum», sacramento grande. Também daqui
deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.
– Participais do poder criador de Deus
e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual
Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente
renunciemos.
Cada filho que Deus vos concede é uma
grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja,
691)
Ao pensar nos lares cristãos, gosto de
imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de
Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na
terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos
corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus,
incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S.
José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as
dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante.
Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por
cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade,
profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida. (Cristo
que passa, 22, 4)
Santificar o lar no dia-a-dia, criar,
com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se
trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário exercitar muitas virtudes
cristãs; em primeiro lugar, as teologais e, depois, todas as outras: a
prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, o trabalho, a alegria... (Cristo
que passa, 23, 4)
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