Sujeitar-se a um plano de vida, a um
horário... é tão monótono! – disseste-me. E respondi-te: há monotonia porque
falta Amor. (Caminho, 77)
Procura cingir-te a um plano de vida com
constância: alguns minutos de oração mental; a assistência à Santa Missa,
diária, se te é possível, e a Comunhão frequente; o recurso regular ao Santo
Sacramento do Perdão, ainda que a tua consciência não te acuse de qualquer
pecado mortal; a visita a Jesus no Sacrário; a recitação e a contemplação dos
mistérios do terço e tantas outras práticas excelentes que conheces ou podes
aprender.
Mas estas práticas não se deverão
transformar em normas rígidas ou em compartimentos estanques. Indicam um
itinerário flexível, acomodado à tua condição de homem que vive no meio da rua,
com um trabalho profissional intenso e com deveres e relações sociais que não
podes descuidar, porque é nessas ocupações que prossegue o teu encontro com
Deus. O teu plano de vida há-de ser como uma luva de borracha que se adapta
perfeitamente à mão de quem a usa.
Não te esqueças também de que o que é
importante não é fazer muitas coisas; limita-te com generosidade àquelas que
possas cumprir no dia-a-dia, quer te apeteça quer não. Essas práticas
conduzir-te-ão, quase sem reparares, à oração contemplativa. Brotarão da tua
alma mais actos de amor, jaculatórias, acções de graças, actos de desagravo,
comunhões espirituais. E tudo isto, enquanto te ocupas das tuas obrigações: ao
pegar no telefone, ao subir para um meio de transporte, ao fechar ou abrir uma
porta, ao passar diante de uma igreja, ao começar um novo trabalho, ao
executá-lo e ao concluí-lo. Referirás tudo ao teu Pai Deus. (Amigos
de Deus, 149)
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