A
VOZ DOS SANTOS
«Cristo é uma criança. Que
dor a de sua Mãe e a de S. José, porque - no regresso de Jerusalém - não vinha
entre os parentes e amigos! E que alegria a sua, quando o vêem, já de longe,
doutrinando os mestres de Israel! Mas reparai nas palavras, aparentemente
duras, que saem da boca do Filho, ao responder a sua Mãe: por que me buscáveis?
Não era razoável que o
procurassem? As almas que sabem o que é perder Cristo e encontrá-lo podem compreender
isto... Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de meu
Pai? Não sabíeis, porventura, que eu devo dedicar totalmente o meu tempo ao meu
Pai celestial?
Este é o fruto da oração de
hoje: que nos persuadamos de que o nosso caminhar na terra - em todas as
circunstâncias e em todos os momentos - é para Deus; que é um tesouro de
glória, uma imagem do Céu; que é, nas nossas mãos, uma maravilha que temos de
administrar, com sentido de responsabilidade perante os homens e perante Deus,
sem necessidade de mudar de estado, no meio da rua, santificando a nossa
profissão ou o nosso ofício, a vida de família, as relações sociais e todas as
actividades que parecem à primeira vista só terrenas (...).
Recorre comigo à Mãe de
Cristo. Mãe Nossa, que viste crescer Jesus, que o viste aproveitar a sua
passagem entre os homens: ensina-me a utilizar os meus dias em serviço à Igreja
e às almas. Mãe bondosa, ensina-me a ouvir, no mais íntimo do meu coração, como
uma censura carinhosa, sempre que for necessário, que o meu tempo não me
pertence, porque é do Nosso Pai que está nos Céus».
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