A
VOZ DOS SANTOS
«Fixemo-nos nas angústias e
pesares que deve ter experimentado esta aflita Mãe durante os três dias que
passou a procurar por todos os lados o seu adorado Filho. Por ventura vistes —
exclamaria com a Esposa dos Cantares — O amado da minha alma? [i].
Mas ninguém lhe sabia responder. Cansada e fatigada, Maria, sem poder achar o
íman do seu coração, podia dizer com mais ternura do que Ruben ao não encontrar
o irmão José: o menino já lá não está e eu para onde irei? [ii].
O meu Jesus não aparece em nenhum lado; não sei que mais devo fazer para o
encontrar; mas, para onde irei privada do meu tesouro? Durante aqueles três
dias viveu banhada em pranto e podia muito bem repetir aquelas palavras de
David: as lágrimas são o meu pão noite e dia, e durante todo o tempo me
perguntam: onde está o teu Deus? [iii].
Era tão grande a aflição de
Maria, que passou aquelas três noites sem dormir, rogando com abrasadas
lágrimas ao Eterno Pai que lhe devolvesse o seu Filho. E com frequência, como
observa São Bernardo, dirigia-se ao seu querido Jesus repetindo aquelas
palavras da Esposa do Cantares: mostra-me onde apascentas, onde fazes a sesta
ao meio-dia [iv].
Meu Filho diz-me onde estás, a fim de que não Te vá procurar em vão e à
aventura».
santo afonso maria de ligório (século XVIII). As
glórias de Maria.
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