A
VOZ DOS PADRES
«Não se deve passar por alto
a modéstia santa da Virgem Maria. Tinha dado à luz a Cristo; um anjo tinha-se
aproximado d’Ela e tinha-lhe comunicado: eis que conceberás no teu seio e darás
à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Será grande e será chamado Filho
do Altíssimo [i].
Embora tivesse merecido dar à luz o Filho do Altíssimo, era muito humilde; nem
sequer se antepôs ao marido no modo de falar. Não diz: "eu e teu
pai", mas: o teu pai e eu. Não teve em conta a dignidade do seu seio, mas
a hierarquia conjugal.
A resposta do Senhor Jesus
Cristo: convinha que Eu me ocupasse das coisas do Meu Pai [ii],
não indica que a paternidade de Deus exclua a de José. Como o provamos? Pelo
testemunho da Escritura, que afirma textualmente: Ele disse-lhes: "Porque
me procuráveis? Não sabíeis que é necessário que Eu esteja nas coisas do Meu
Pai?" Mas eles não compreenderam o que lhes disse. E foi com eles, e veio
para Nazaré, e era-lhes submisso [iii].
Não disse: "Era submisso à Sua Mãe", ou: "Era-lhe
submisso", mas: era-lhes submisso. A quem? Não era aos pais? Um e outro
eram pais, a quem Ele era submisso, do mesmo modo que se tinha dignado ser
Filho do homem. Mas eles eram pais no tempo e Deus era-o desde a eternidade. Eles
eram pais do Filho do homem, o Pai o era do Seu Verbo e Sabedoria, era Pai do
Seu Poder, por quem fez todas as coisas».
santo agostinho (séculos
IV-V). Sermão 51, 18-20.
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