A
voz dos Padres
«Do mesmo modo que a Mãe de
Deus e Virgem intacta susteve nos seus braços a Luz verdadeira e a entregou aos
que jaziam nas trevas, também nós, iluminados com a Sua luz, e sustendo nas
nossas mãos a luz que a todos ilumina, apressemo-nos a sair ao encontro
d’Aquele que é a Luz verdadeira.
Assim, verdadeiramente veio
a luz ao mundo [i] e
iluminou este mundo rodeado de trevas; e visitou-nos o Sol que vem do alto e
iluminou os que se encontravam nas trevas [ii]. É
este o nosso mistério. Por isso caminhamos segurando os círios, para significar
a Luz que nos iluminou e o esplendor futuro que esperamos receber d’Ele.
Corramos todos juntos ao encontro de Deus.
Veio a luz verdadeira que
ilumina todo o homem [iii];
portanto, irmãos, deixemo-nos iluminar. Que todos sejamos participantes do seu
resplendor; que ninguém, encobrindo o seu resplendor, permaneça na noite, mas
que todos, resplandecentes e iluminados, vamos ao seu encontro para receber,
juntamente com o velho Simeão, aquela Luz clara e sempiterna. E todos,
participando da alegria do ancião, entoemos um cântico de acção de graças ao
Pai da luz, que nos enviou a Luz verdadeira, eliminou as trevas e nos fez a
todos resplandecentes.
Também nós vimos por Ele o
teu Salvador, que apresentaste diante de todos os povos [iv], a
quem manifestaste para glória do novo Israel e sem dilação fomos libertados do
antigo pecado, do mesmo modo que Simeão, uma vez que tendo visto Cristo, foi
libertado das ataduras da vida presente.
Também nós abraçámos a
Cristo com a fé que nos vem de Belém; fomos constituídos Povo de Deus, os que
antes éramos gentios; vimos com os nossos olhos Deus feito carne e, aceite nos
braços do nosso espírito a presença visível de Deus, somos o novo Israel».
São
Sofrónio de Jerusalém (séc. VII), Discurso III na Apresentação do Senhor.
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