Tens necessidade de vida interior e de
formação doutrinal. Exige-te! – Tu, cavalheiro cristão, mulher cristã, tens de
ser sal da terra e luz do mundo, porque estás obrigado a dar exemplo com um
santo descaramento. Há-de urgir-te a caridade de Cristo e, ao sentires-te e
saberes-te outro Cristo a partir do momento em que lhe disseste que o seguias,
não te separarás dos teus semelhantes – os teus parentes, os teus amigos, os
teus colegas –, da mesma maneira que o sal não se separa do alimento que condimenta.
A tua vida interior e a tua formação abrangem a piedade e o critério que deve
ter um filho de Deus, para temperar tudo com a sua presença activa. Pede ao
Senhor para seres sempre esse bom condimento na vida dos outros. (Forja,
450)
Olhai que o Senhor anseia por nos
conduzir com passos maravilhosos, divinos e humanos, que se traduzem numa
abnegação feliz, de alegria com dor, de esquecimento de nós mesmos. Se alguém
quiser vir após mim, negue-se a si mesmo. Um conselho que já todos ouvimos.
Temos de nos decidir a segui-lo de verdade: que o Senhor se sirva de nós para
que, metidos em todas as encruzilhadas do mundo – e estando nós metidos em Deus
– sejamos sal, levedura, luz. Tu, em Deus, para iluminar, para dar sabor, para
aumentar, para fermentar.
Mas não te esqueças de que não somos nós
quem cria essa luz; apenas a reflectimos. Não somos nós quem salva as almas,
levando-as a praticar o bem. Somos apenas um instrumento, mais ou menos digno,
para os desígnios salvíficos de Deus. Se alguma vez pensássemos que o bem que
fazemos é obra nossa, voltaria a soberba, ainda mais retorcida; o sal perderia
o sabor, a levedura apodreceria, a luz converter-se-ia em trevas. (Amigos
de Deus, 250)
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