A
VOZ DOS PADRES
«A menina ao crescer, quando
já não era necessário amamentá-la, os seus pais apressaram-se a levá-la ao
templo para a oferecer a Deus e cumprir, assim, a promessa que tinham feito. Os
sacerdotes educaram-na no santuário, do mesmo modo que Samuel tinha sido
educado[i].
Depois, quando se tornou uma adolescente, reuniram-se em conselho para decidir
o que fazer daquele corpo santo sem ofender o Senhor. Pareceu um absurdo
submetê-la às leis da natureza dando-a como esposa a um varão; pensavam que
seria sacrílego que um homem se convertesse em dono do que tinha sido
consagrado ao Senhor. Efectivamente, era conforme à lei que o varão se
convertesse em dono da sua esposa».
«Por outro lado, a lei não
permitia que uma mulher habitasse o templo junto dos sacerdotes e se mostrasse
no interior do santuário, coisa contrária também à honestidade e à dignidade da
lei. Após discutir esses problemas, tomaram uma decisão verdadeiramente
inspirada: confiá-la, sob a forma de um matrimónio, a um homem que oferecesse
todas as garantias de respeito pela sua virgindade».
«Encontrou-se em José o
homem adequado para aquela situação. Além disso, era da mesma tribo e família
da Virgem. Seguindo o conselho dos sacerdotes, José desposou a donzela, mas a
relação matrimonial ficou excluída daquelas núpcias».
São
Gregório de Nisa (séc. IV), Homilia sobre a Natividade do Senhor (PG 46, 1140
A-B).
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