V.
FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA DISCIPLINA DO CELIBATO
…/120
Fundamento
histórico doutrinal
…/155
O
ensinamento do Antigo Testamento
…/3
Assim, aqueles que receberam a mensagem
da salvação de Cristo compreenderam, já desde o início, a exigência de Mestre
aos seus Apóstolos de chegar a renunciar inclusive o casamento pelo Reino dos
Céus (Mt 19, 12), e que, como um discípulo em sentido rigoroso e pleno deve
estar disposto deixar pai, mãe, esposa, filhos, irmão e irmã (Lc 18, 29; 14,
26). Também se entende assim as palavras de São Paulo sobre a diversa relação
com Deus dos celibatários e dos casados (1 Cor 7, 32-33) e o seu significado no
que diz respeito ao celibato eclesiástico.
Foi tarefa da escola, ou seja, da
canonística clássica a partir do décimo segundo século em diante, descobrir,
explicar e desenvolver as razões que ligam continência e sacerdócio
neotestamentário. Na história do desenvolvimento científico do tema, brevemente
descrito na segunda parte deste trabalho, se mencionou as dificuldades
existentes então para se chegar à elaboração de uma teoria satisfatória. Embora
os antigos Padres tivessem já entendido que a continência pertencia à essência
do sacerdócio novo – como, por exemplo, quando Epifânio disse que o carisma do
sacerdócio consiste na continência; ou Santo Ambrósio que apontava a obrigação
de rezar continuamente como o mandamento da Nova Aliança –, os glossistas, no
entanto, foram incapazes de construir uma teologia do celibato, talvez porque
eram demasiado pouco teólogos. Em seus trabalhos sobre a disciplina celibatária
no Ocidente, estiveram também muito influenciadas pela disciplina oriental,
cuja legitimidade tomaram por boa ao aceitar tanto a lenda de Pafnucio como a
legislação trullana.
(cont)
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