III. DEFESA DE PAULO (10,1-13,13)
Capítulo
11
Auto-elogio do Apóstolo
1Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez da minha
parte! Mas, de certo, ma suportareis. 2Sinto por vós um ciúme semelhante ao
ciúme de Deus, pois vos desposei com um único esposo, Cristo, a quem devo
apresentar-vos como virgem pura. 3Mas receio que, como a serpente seduziu Eva com a sua
astúcia, os vossos pensamentos se deixem corromper, desviando-se da
simplicidade que é devida a Cristo. 4Pois de boamente aceitais alguém que surge
a pregar-vos outro Jesus diferente daquele que nós pregámos, ou acolheis um
espírito diferente daquele que recebestes, ou um Evangelho diverso daquele que
abraçastes. 5Ora, eu penso que em nada sou inferior a esses super-apóstolos. 6E
embora seja menos perito na palavra, não o sou, certamente, na ciência. Em tudo
e de todas as maneiras vo-lo temos demonstrado. 7Porventura cometi alguma falta, ao humilhar-me para vos
exaltar, quando vos anunciei gratuitamente o Evangelho de Deus? 8Despojei
outras igrejas, recebendo delas o sustento para vos servir, 9e encontrando-me
necessitado no meio de vós, não fui pesado a ninguém, pois os irmãos vindos da
Macedónia é que proveram às minhas necessidades. Em tudo me guardei de vos ser
molesto e continuarei a fazê-lo. 10Pela verdade de Cristo que está em mim, não
me será tirado este motivo de glória nas regiões da Acaia. 11E porquê? Porque
não vos amo? Deus o sabe! 12O que faço, continuarei a fazê-lo, para não dar
qualquer pretexto àqueles que o buscam, a fim de aparecerem como nós naquilo de
que se gloriam. 13Esses tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos,
disfarçados de apóstolos de Cristo. 14E não é de estranhar! Também Satanás se
disfarça em anjo de luz! 15Não é por isso grande coisa se os seus ministros se
disfarçarem de servidores da justiça. O fim deles será conforme às suas obras.
Trabalhos apostólicos
de Paulo (Act 15-28)
16Volto a dizê-lo. Ninguém me tenha por insensato. Ou
então, aceitai-me como insensato, para que também eu possa gloriar-me um pouco.
17O que vou dizer, não o digo segundo o Senhor, mas como num assomo de
insensatez, certo de que tenho motivos para me gloriar. 18Já que muitos se
gloriam por motivos humanos, também eu o vou fazer. 19Na verdade, tão sensatos
como sois, suportais de bom grado os insensatos. 20Suportais quem vos
escraviza, vos devora, vos explora, vos trata com arrogância, vos esbofeteia. 21Para nossa vergonha o digo: como fracos nos mostramos.
Mas daquilo de que alguém se faz forte - eu falo como insensato - também eu me
posso fazer. 22São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São
descendentes de Abraão? Também eu. 23São ministros de Cristo? - Falo a delirar
- eu ainda mais: muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões,
imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. 24Cinco vezes
recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. 25Três vezes fui flagelado com
vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite e um
dia no alto mar. 26Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de
salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos
pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte
dos falsos irmãos! 27Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome
e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! 28Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana,
a solicitude por todas as igrejas! 29Quem é fraco, sem que eu o seja também?
Quem tropeça, sem que eu me sinta queimar de dor? 30Se é mesmo preciso gloriar-se, é da minha fraqueza que
me gloriarei. 31O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é bendito para sempre, sabe
que não minto. 32Em Damasco, o etnarca do rei Aretas mandou guardar a cidade
dos damascenos para me prender. 33Mas fui descido num cesto, por uma janela, ao
longo da muralha, e assim escapei das suas mãos.
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