V. OS CARISMAS (12,1-14,40)
Capítulo 14
Normas para o uso dos carismas
1Procurai
o amor e aspirai aos dons do Espírito, mas sobretudo ao da profecia. 2Pois
aquele que fala em línguas, não fala aos homens, mas a Deus: ninguém, de facto,
o entende, pois no Espírito diz coisas misteriosas. 3Mas o que profetiza fala
aos homens para os edificar, exortar e consolar. 4Quem fala em línguas,
edifica-se a si mesmo, mas quem profetiza, edifica a assembleia. 5Quisera eu
que todos vós falásseis em línguas, mas mais ainda que profetizásseis. Quem
profetiza está acima daquele que fala em línguas, a não ser que também as
interprete, para que a assembleia possa tirar proveito.
6Imaginai
agora, irmãos, que eu ia ter convosco e vos falava em línguas: de que utilidade
vos seria, se nada vos comunicasse nem por revelação, nem por ciência, nem por
profecia, nem por ensinamento? 7O mesmo acontece com os instrumentos de música,
como a flauta ou a cítara: se não emitirem sons distintos, como identificar a
melodia tocada? 8E, se a trombeta só emitir sons confusos, quem é que se
prepara para a guerra? 9Do mesmo modo vós: se a vossa língua não proferir um
discurso inteligível, como se há-de saber o que dizeis? Sereis como quem fala
ao vento. 10Há no mundo não sei quantas espécies de línguas, e todas têm o seu
significado. 11Ora, se eu não conheço o significado de uma língua, serei como
um bárbaro para aquele que fala e aquele que fala, também o será para mim.
12Assim
também vós: já que estais ávidos dos dons do Espírito, procurai adquiri-los em
abundância, mas para edificação da assembleia. 13Por isso, o que fala em
línguas reze para obter o dom da interpretação. 14Porque, se eu rezo em
línguas, o meu espírito está em oração, mas a minha inteligência não colhe
frutos.
15Que
fazer, então? Rezarei com o espírito, mas rezarei também com a inteligência;
cantarei com o espírito, mas cantarei igualmente com a inteligência. 16De outro
modo, se tu elevas um cântico de louvor só com o espírito, como pode o que
participa como simples ouvinte responder «Ámen» à tua acção de graças, visto
que não sabe o que dizes? 17A tua acção de graças será certamente muito bela,
mas o outro não tira qualquer proveito. 18Graças a Deus, eu falo mais em
línguas que todos vós. 19Mas, numa assembleia, prefiro dizer cinco palavras com
a minha inteligência, para instruir também os outros, do que dez mil, em
línguas.
20Irmãos,
não sejais crianças, quanto à maneira de julgar; sede, sim, crianças na
malícia; mas, quanto à maneira de julgar, sede homens adultos. 21Está escrito
na Lei: Falarei a este povo por homens de outra língua e por lábios estranhos,
e nem assim me hão-de escutar, diz o Senhor. 22Por conseguinte, o dom das
línguas é um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos; já a profecia
não é para os descrentes, mas para os crentes. 23Se toda a assembleia estivesse
reunida e todos começassem a falar em línguas, os simples ouvintes ou
descrentes que entrassem, não diriam que estáveis loucos? 24Mas se todos
começarem a profetizar e entrar ali um descrente qualquer ou simples ouvinte,
há-de sentir-se tocado por todos, julgado por todos; 25os segredos do seu
coração serão desvendados e, prostrando-se com o rosto por terra, adorará a Deus,
proclamando que Deus está realmente no meio de vós.
Os carismas na assembleia
26Que
devemos fazer, então, irmãos? Quando vos reunis, e cada um de vós tem um hino a
cantar, um ensinamento a proferir, ou uma revelação, ou um discurso em línguas,
ou uma interpretação, que tudo se faça de modo a edificar. 27Se se fala em
línguas, que não sejam mais que dois ou no máximo três, cada um por sua vez, e
que um as interprete. 28Se não houver intérprete, fiquem calados na assembleia
e falem consigo mesmos e com Deus.
29Quanto
aos profetas, que falem dois ou três e que os outros façam o discernimento.
30Mas se um outro entre os presentes recebe uma revelação, cale-se o anterior.
31Todos podeis profetizar, mas um após outro, para que todos sejam instruídos e
exortados. 32Mas as inspirações dos profetas devem submeter-se aos profetas,
33porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz.
Como
acontece em todas as assembleias de santos, 34as mulheres estejam caladas nas
assembleias, porque não lhes é permitido tomar a palavra e, como diz também a
Lei, devem ser submissas. 35Se quiserem saber alguma coisa, perguntem em casa
aos maridos, porque não é conveniente para uma mulher falar na assembleia.
36Porventura
a palavra de Deus, partiu de vós ou só a vós foi comunicada? 37Se algum de vós
julga ser profeta ou estar na posse dos dons do Espírito, deve reconhecer, no
que vos escrevo, um preceito do Senhor. 38Mas se alguém não o reconhecer,
também não será reconhecido. 39Assim, pois, irmãos, aspirai ao dom da profecia
e não impeçais que se fale em línguas. 40Mas que tudo se faça com decoro e
ordem.
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