9. Não se elimina o sofrimento com a morte: com a morte
elimina-se a vida da pessoa que sofre. O sofrimento pode ser eliminado ou
debelado com os cuidados paliativos, não com a morte. E hoje, as técnicas
analgésicas conseguem preservar de um sofrimento físico intolerável. Desta
forma, pode afirmar-se que a eutanásia é uma forma fácil e ilusória de encarar
o sofrimento, o qual só se enfrenta verdadeiramente através da medicina
paliativa e do amor concreto para com quem sofre.
Como afirma Bento XVI, «a grandeza da humanidade
determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre»[6].
Para além do círculo afectivo dos seus familiares e
amigos, a dignidade de quem sofre reclama o cuidado médico proporcionado, mesmo
que os actos terapêuticos e os analgésicos possam, pelo efeito secundário
inerente a muitos deles, contribuir para algum encurtamento da vida. Neste
caso, não se trata de eutanásia, pois o objectivo não é dar a morte, mas
preservar a dignidade humana e a «santidade de vida», minimizando o sofrimento
e criando as condições para a «qualidade de vida» possível.
(cont)
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