6. Por outro lado, nunca é absolutamente seguro que se
respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia. Nunca pode
haver a garantia absoluta de que o pedido de eutanásia é verdadeiramente livre,
inequívoco e irreversível.
Muitas vezes,
traduz um estado de espírito momentâneo, que pode ser superado, ou é fruto de
estados depressivos passíveis de tratamento, ou será expressão de uma vontade
de viver de outro modo (sem o sofrimento, a solidão ou a falta de amor
experimentados), ou um grito de desespero de quem se sente abandonado e quer
chamar a atenção dos outros. Mas não será a manifestação de uma autêntica
vontade de morrer. É, pois, uma linguagem alternativa de quem pede socorro e
proximidade afectiva. A dúvida há de subsistir sempre, sendo que a decisão de
suprimir uma vida é a mais absolutamente irreversível de qualquer das decisões.
(cont)
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