I . O EVANGELHO QUE NOS DÁ A SALVAÇÃO (1,18-11,36)
Capítulo 7
A Lei e o Espírito
1Ou
ignorais, irmãos - falo a gente que sabe de leis - que a lei só tem poder sobre
o homem enquanto ele vive? 2Assim, a mulher casada só está vinculada por lei a
um homem, enquanto ele for vivo. Mas, se o marido morrer, fica liberta da lei
que a liga ao marido. 3Por conseguinte, enquanto o marido for vivo, será
declarada adúltera, se vier a dar-se a outro homem. Mas, se o marido morrer,
fica livre da lei e não comete adultério, ao dar-se a outro homem.
4Meus
irmãos, o mesmo acontece convosco: mediante o corpo de Cristo, morrestes para a
lei, para vos dardes a um outro, ao ressuscitado de entre os mortos, a fim de
produzirmos frutos para Deus.
5De
facto, quando estávamos na carne, eram as paixões pecaminosas, despertadas pela
lei, que agiam nos nossos membros, para produzirmos frutos que levam à morte.
6Mas agora fomos libertados da lei, ao morrermos para aquilo de que éramos
prisioneiros. É na nova existência do Espírito que somos servos e não na
existência caduca da letra da lei.
Escravos da Lei
7Que
devemos concluir? Que a Lei é igual ao pecado? De maneira nenhuma! Mas, eu não
conheci o pecado, senão por meio da Lei. Assim, não teria conhecido a cobiça,
se a Lei não dissesse: Não cobiçarás. 8O pecado aproveitou-se da ocasião dada
pelo mandamento e provocou em mim toda a espécie de cobiça. É que, sem a lei, o
pecado é coisa morta.
9Eu,
sem a lei, estava vivo outrora. Mas, ao chegar o mandamento, ganhou vida o
pecado 10e eu morri. E deparei-me com isto: o mandamento que me devia levar à
vida, esse mesmo levou-me à morte. 11É que o pecado, aproveitando-se da ocasião
dada pelo mandamento, seduziu-me e deu-me a morte, por meio dele. 12Por
conseguinte, a Lei é santa e o mandamento é santo, justo e bom.
13Será
então que aquilo que é bom se transformou em morte para mim? De maneira
nenhuma! O pecado é que, para se manifestar como pecado, se serviu do que é bom
e foi causa de morte para mim. Foi por meio do mandamento que o pecado ganhou
uma extrema força pecaminosa.
14Sabemos,
de facto, que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido como escravo ao
pecado. 15Assim, o que realizo, não o entendo; pois não é o que quero que
pratico, mas o que eu odeio é que faço.
16Ora,
se o que eu não quero é que faço, estou de acordo com a lei, reconheço que ela
é boa. 17Mas então já não sou eu que o realizo, mas o pecado que habita em mim.
18Sim, eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita coisa boa; pois o
querer está ao meu alcance, mas realizar o bem, isso não. 19É que não é o bem
que eu quero que faço, mas o mal que eu não quero, isso é que pratico.
20Ora,
se o que eu não quero é que faço, então já não sou eu que o realizo, mas o
pecado que habita em mim. 21Deparo, pois, com esta lei: em mim, que quero fazer
o bem, só o mal está ao meu alcance. 22Sim, eu sinto gosto pela lei de Deus,
enquanto homem interior. 23Mas noto que há outra lei nos meus membros a lutar
contra a lei da minha razão e a reter-me prisioneiro na lei do pecado que está
nos meus membros.
24Que
homem miserável sou eu! Quem me há-de libertar deste corpo que pertence à
morte? 25Graças a Deus, por Jesus Cristo, Senhor nosso!
Concluindo:
eu sou o mesmo que, com o espírito, sirvo a lei de Deus e, com a carne, a lei
do pecado.
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