7. Complementaridade
do masculino e do feminino
É um facto que algumas visões do masculino e feminino têm
servido, ao longo da história, para consolidar divisões de tarefas rígidas e
estereotipadas que limitaram a realização da mulher, relegada a um papel
doméstico e circunscrita na intervenção social, económica, cultural e política.
Mas, na visão bíblica, o domínio do homem sobre a mulher não faz parte do
original desígnio divino: é uma consequência do pecado. Esse domínio indica
perturbação e perda da estabilidade da igualdade fundamental, entre o homem e a
mulher. O que vem em desfavor da mulher, porquanto somente a igualdade,
resultante da comum dignidade, pode dar às relações recíprocas o carácter de
uma autêntica communio personarum
(comunhão de pessoas).
A ideologia do género não se limita a denunciar tais
injustiças, mas pretende eliminá-las negando a especificidade feminina. Isso
empobrece a mulher, que perde a sua identidade, e enfraquece a sociedade,
privada dum contributo precioso e insubstituível, como é a feminilidade e a
maternidade. Aliás, a nossa época reconhece – e bem! – a importância da
presença equilibrada de homens e mulheres nos vários âmbitos da vida social,
designadamente nos centros de decisão económica e política. Mesmo que essa
presença não tenha de ser rigidamente paritária, a sociedade só tem a ganhar
com o contributo complementar das específicas sensibilidades masculina e
feminina.
(cont)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.