V.
FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA DISCIPLINA DO CELIBATO
…/3
A relação
sacerdotal com Cristo
Temos de fazer brilhar com nova luz
sobre o fundamento da tradição, a essência do sacerdócio católico. O Concílio
de Trento, num momento de crise semelhante ao nosso, estabeleceu com os seus
ensinamentos e definições sobre os sacramentos da Eucaristia e da Ordem, as
bases de uma espiritualidade sacerdotal fortemente referida a Cristo. Um
teólogo como M. J. Scheeben soube explicar, face ao racionalismo do século
passado, que a Ordenação eleva quem a recebe a uma orgânica unidade
sobrenatural com Cristo, e que o carácter indelével impresso pelo sacramento da
Ordem habilita o ordenado para participar nas funções sacerdotais de Cristo.
Nos últimos tempos, especialmente desde
o Vaticano II em diante, esta relação do sacerdote com Cristo tem sido cada vez
mais posta no centro da essência do sacerdócio, e se pode aprofundar e alargar
desde essa perspectiva aos ensinamentos bíblicos e às doutrinas teológicas e
canónicas sobre o assunto. Tem, assim, adquirido uma nova iluminação teológica
a doutrina tradicional do sacerdos alter
Christus.
Se São Paulo escreve aos coríntios: “Temos de ser considerados pelos homens como
ministros de Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus” [i]; ou então: “Agimos
como embaixadores de Cristo, como se Deus mesmo vos exortasse através de nós.
Suplicamos-vos, pois, em nome de Cristo, deixai-vos reconciliar com Deus” [ii], essas expressões podem ser consideradas como autênticas
ilustrações bíblicas da identificação do sacerdote com Cristo.
(cont)
(revisão da versão portuguesa por ama)
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