Levantam-se muitas questões e com muita frequência sobre
este tema.
O que é, no fim e ao cabo, a ÉTICA?
Há, evidentemente, inúmeras fontes onde beber a
informação, desde Santo Agostinho e São Tomás de Aquino – duas mentes cujo
brilho se estende pelos séculos – a muitos outros mais recentes.
Mas eu sou um simples homem com algumas preocupações e
muitos desejos de saber. Não me atrevo a colocar-me a qualquer nível de
“pensador” mesmo simples e sem projecção (que aliás não procuro) mas apenas
expor o que penso sobre o assunto.
Para mim a ética não passa de um conceito de
comportamento pessoal.
Trata-se de fazer, pensar ou até desejar com são critério
e honestidade intelectual.
Digamos que actuamos dentro de balizas que nós próprios
definimos como as ideais e que mantemos fixas sejam quais forem as
circunstâncias ou ambientes.
Não sendo perfeitos ansiamos, contudo pela perfeição, não
sendo exemplares, desejamos não obstante estar acima de qualquer crítica ou
avaliação.
Quanto a mim, estes desideratos, de altíssimo nível, não
se conseguem sem simplicidade e honestidade.
Quanto à simplicidade parece-me óbvio: o que é evidente
é!
No que respeita à honestidade julgo que está definido: se
é correcto é honesto.
Vejamos o drama (as trapalhadas) dos incidentes com
entidades bancárias - por exemplo – e qual, na minha opinião, a verdadeira
razão porque acontecem.
Porque não houve ética no comportamento e, logo,
honestidade no procedimento.
‘Este dinheiro não é meu, foi-me entregue em confiança
para que o administrasse conforme propus a quem mo confiou’.
Este é o princípio ético que deveria estar sempre
presente na actividade das pessoas que se dedicam e estes negócios.
Não observado acontece a desonestidade… tout court!
O comportamento não pode – não se admite – ser elástico,
maleável, adaptável, não se é honesto gradualmente: ou se é ou não!
A ética é, portanto, essa barreira que impede saltar para
procura de uma solução de um problema criando um outro que, por acumulação, se
torna mais grave e com consequências de muito mais vasta proporção.
Mas no exercício da profissão ou no comportamento usual a
ética tem de estar presente como um “regulamento” concreto – não empírico –
livremente aceite e, por isso mesmo, de observância real.
A ética tem a ver – eminentemente – com o conceito de
moral (podem até fundir-se), ou seja: eu não sou um ser isolado nem livre em
termos absolutos porque tenho de considerar que nalgum momento, dependo de
alguém e alguém depende de mim e que não posso fazer seja o que for só porque
me apetece mas sempre ter em devida conta se o que me apetece fazer colide de
alguma forma – ténue ou não – com o outro, o próximo.
A ética, assim, serve de escudo protector às decisões
tomadas sem devida ponderação – neste caso não passarão de reacções – e vistas
à lupa de critério são e bem informado.
(ama, reflexões, Cascais, 22.09.2016)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.