Art.
5 — Se ser Redentor é próprio de Cristo.
O quinto discute-se assim. — Parece que
ser Redentor não é próprio de Cristo.
1. — Pois, diz a Escritura: Tu me remiste Senhor Deus da Verdade.
Ora, Deus da verdade toda a Trindade o é. Logo, não é próprio de Cristo.
2. Demais. — Redime quem paga o preço da
redenção. Ora, Deus Padre deu o seu Filho como redentor pelos nossos pecados,
segundo a Escritura: O Senhor enviou ao
seu povo redenção, isto é, diz a Glosa, Cristo,
que dá a redenção aos cativos. Logo, não só Cristo, mas também Deus Padre
nos remiu.
3. Demais. — Não só a Paixão de Cristo,
mas também a dos outros santos, foi profícua à nossa salvação segundo o
Apóstolo: Eu me alegro nas penalidades
que sofro por vós e cumpro na minha carne o que resta a padecer a Jesus Cristo
pelo seu corpo, que é a Igreja. Logo, não só Cristo, mas também os outros
santos devem ser considerados o Redentor.
Mas, em contrário, o Apóstolo: Cristo nos remiu na maldição da lei, feito
ele maldição por nós. Ora, só Cristo foi feito maldição por nós. Logo, só
ele deve ser considerado nosso Redentor.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. —
O texto citado a Glosa assim o expõe: Tu,
ó Deus de verdade, me remiste em Cristo, que exclamou: — Nas tuas mãos Senhor
entrega o meu espírito. Assim, a redenção pertenceu imediatamente ao homem
Cristo; mas, como causa principal dela, a Deus.
RESPOSTA À SEGUNDA. — O preço da nossa
redenção o homem Cristo o pagou imediatamente; mas, por mandado do Pai, como
autor primordial.
RESPOSTA À TERCEIRA. — Os sofrimentos
dos santos aproveitam à Igreja, não certamente a modo de redenção, mas a modo
de exemplo e de exortação, segundo o Apóstolo: Se somos atribulados, para vossa exortação e é salvação.
Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.
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