31/10/2016

Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte
19 - [1]

Pode ser um tema recorrente mas peço-te que me fales sobre o amor porque, na verdade, me parece um pouco complicado.

Respondo:

O amor é simples?
Não!
O amor não pode nunca ser simples porque congrega em si um tal conjunto de emoções, qualidades e defeitos, virtudes e malformações, sentimentos muitas vezes contraditórios, ilusão misturada com a realidade, imprevistos e certezas.
O amor, enfim, é algo belo e maravilhoso que só a criatura humana é capaz de sentir.
A imagem de Deus na criatura é, exactamente, o amor porque Deus é o próprio e definitivo Amor.
Assim, quando ama, o homem assemelha-se mais a Deus, como que participando nessa grande aventura divina do amor aos homens.
Por isso mesmo, o amor só e possível com o concurso divino e tal obriga a como que um amor duplo e à ausência absoluta de um terceiro amor.
Os dois primeiros são o amor a Deus e o amor ao próximo que não podem existir, em separado.
O terceiro é o amor-próprio cuja ausência é imprescindível para que os outros dois possam existir. 
Muita gente não tem uma ideia correcta do amor.
Vêm o sentimento, a vibração, o entusiasmo nos outros, mas não sentem o mesmo e isso coloca-os do lado oposto do verdadeiro amor.
Porquê?
Porque só existe amor se houver reciprocidade.
O amor é sempre doação, entrega, partilha.
Nunca um sentimento isolado, por mais profundo e até elevado, pode ser considerado amor. [i]



[1] Nota: Normalmente, estes “Diálogos apostólicos”, são publicados sob a forma de resumos e excertos de conversas semanais. Hoje, porém, dado o assunto, pareceu-me de interesse publicar quase na íntegra.




[i] (Cfr. ama, in Migalhas para o Caminho I, pg. 273)

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