Tempo Comum
Santa Beatriz da Silva [i]
Evangelho:
Mt 20, 1-16
1 «O Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que, ao romper da
manhã, saiu a contratar operários para a sua vinha. 2 Tendo ajustado
com os operários um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. 3
Tendo saído cerca da terceira hora, viu outros, que estavam na praça ociosos, 4
e disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for
justo”. 5 Eles foram. Saiu outra vez cerca da hora sexta e da nona,
e fez o mesmo. 6 Cerca da undécima, saiu, e encontrou outros que
estavam sem fazer nada, e disse-lhes: “Porque estais aqui todo o dia sem
trabalhar?”. 7 Eles responderam: “Porque ninguém nos contratou”. Ele
disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha”. 8 «No fim da tarde,
o senhor da vinha disse ao seu feitor: “Chama os operários e paga-lhes o
salário, começando pelos últimos até aos primeiros”. 9 Tendo chegado
os que tinham ido à hora undécima, recebeu cada qual um denário. 10
Chegando também os primeiros, julgaram que haviam de receber mais; porém, também
eles receberam um denário cada um. 11 Mas, ao receberem, murmuravam
contra o pai de família, 12 dizendo: “Estes últimos trabalharam
somente uma hora, e os igualaste connosco, que suportamos o peso do dia e o
calor”. 13 Porém, ele, respondendo a um deles, disse: “Amigo, eu não
te faço injustiça. Não ajustaste comigo um denário? 14 Toma o que é
teu, e vai-te. Eu quero dar também a este último tanto como a ti. 15
Ou não me é lícito fazer dos meus bens o que quero? Porventura o teu olho é mau
porque eu sou bom?”. 16 Assim os últimos serão os primeiros, e os
primeiros serão os últimos».
Comentário:
Ao ler este
trecho de São Mateus sentimos alguma revolta contra o comportamento dos que se
queixam de ter recebido o mesmo que os trabalhadores que chegaram por último.
Mas, se
atentarmos bem, não será este comportamento que algumas vezes nós próprios
temos?
Olhamos para
os outros e julgamo-nos com “mais direitos” que eles seja porque – como neste
caso – trabalhámos mais, seja porque nos consideramos mais competentes, enfim…
por tantas razões que não são razões nenhumas.
Façamos o que
temos de fazer o melhor que possamos e saibamos e receberemos a paga ajustada
e, ao mesmo tempo, alegremo-nos porque a outros foi dada a mesma oportunidade
que a nós.
(AMA, comentário
sobre Mt 20, 1-16, 19.08.2015)
[i]
Nota Histórica
Filha de pais portugueses, nasceu em Ceuta
(África Setentrional) por volta de 1426. Ainda jovem, veio para Campo Maior
(Portugal) e daqui passou à corte de Castela em 1447 como dama de honor da
Infanta D. Isabel de Portugal. Para se poder dedicar a uma vida cristã mais
perfeita, retirou se da corte para um mosteiro de Toledo, onde permaneceu mais
de 30 anos. Em 1484 fundou o Instituto que mais tarde tomou o título da
Imaculada Conceição de Nossa Senhora (Concepcionistas) e que foi aprovado pelo
papa Inocêncio VIII em 1489. Pouco depois de fazer profissão religiosa, faleceu
com fama de santidade. Foi canonizada por Paulo VI a 3 de Outubro de 1976.
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