Hoje falamos sobre as pessoas que estão detidas nas
prisões.
A humanidade foi construindo - desde tempos imemoriais - sistemas de defesa da sociedade cada vez mais complexas e refinadas.
Entre esses sistemas avulta a prisão dos que de uma forma ou outra têm de ser retirados do convívio social dado o seu comportamento.
Parece justo e, talvez, adequado.
Mas acontece, na grande maioria dos casos que esta
medida pouco ou nada resulta na correcção e melhoria do comportamento.
Duas razões principais se podem desse já aduzir:
A primeira será inevitavelmente que a prisão seja aceite como um castigo justo e merecido;
A segunda que haja parte da pessoa arrependimento pelo mal feito que a levou a tal situação.
Não se trata aqui de apreciar nem as leis nem os métodos mas sim e unicamente das pessoas que estão detidas.
Exactamente: são pessoas, seres humanos com a mesma dignidade e direitos que qualquer outra.
E lembramos como começa este discurso: «Vinde, benditos de Meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde a criação do mundo» [ii]?
É como todos sabemos uma das Obras de Misericórdia, equiparada portanto a matar a fome, vestir, consolar, enxugar as lágrimas.
Mas visitar alguém detido numa prisão não é “coisa
fácil” envolve uma preparação e estado de espírito muito especiais e concretos.
Talvez isto não seja para mim…
Não sei como fazer…
Perguntas que têm resposta se deveras nos empenhar-mos
em obter os esclarecimentos que possamos necessitar.
Posso garantir, porque assim me foi dito por alguém que
recentemente viveu uma experiência singular numa prisão feminina, que o que se
recebe é incomparavelmente mais que o que se dá.
(ama, reflexões no Ano Jubilar da
Misericórdia, 06.07.2016)
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