IV.
O CELIBATO NA DISCIPLINA DAS IGREJAS ORIENTAIS
A questão do eremita Pafnucio.
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Embora o conhecido historiador da
Igreja, Eusébio de Cesareia, que esteve presente como Padre conciliar e era
favorável aos arianos, não se refere a nada deste episódio.
Certamente não de menor importância para
toda a Igreja, as primeiras notícias do facto nos chegam cem anos depois do
Concílio, e através de dois escritores eclesiásticos bizantinos: Sócrates e
Sozómeno.
Sócrates indica que a sua fonte é um
homem muito idoso, que tinha estado presente no Concílio e que teria contado
vários episódios sobre fatos e personagens do mesmo.
Crê-se que Sócrates nasceu em torno de
380 e escutou essa narração quando ele mesmo era bastante jovem de uma pessoa
que no ano 325 não podia ser uma criança, que não pode ser considerado como um
testemunho consciente dos eventos do Concílio.
Disto podemos concluir facilmente a mais
natural crítica das fontes traz sérias dúvidas sobre a autenticidade desta
narração, necessitada de garantias mais firmes.
Estas dúvidas, na verdade, já foram
levantadas precocemente no Ocidente, como já foi dito, pelo Papa Gregório VII e
Bernoldo de Constança.
Em tempos mais recentes merece atenção o
comentário de Valésio, editor das obras de Sócrates e Sozómeno, que fez esta
história em 1668 e que Migne imprimiu na sua Patrologia Grega, vol. 67.
O humanista de Valois, membro de uma
família de pessoas doutas, diz explicitamente que a história de Pafnucio é
suspeita, porque entre os Padres do Concílio provenientes do Egito não aparece
tal bispo.
E a correspondente passagem de Sozómeno
repete que a história de Pafnucio deve ser uma fábula inventada, principalmente
porque entre os Padres que assinaram as Actas do Concílio de Nicéia, não existe
nenhum com este nome.
Na tradução latina de Casiodoro-Epifanio (História
Tripartida) deste episódio, é recolhido apenas um fragmento de dezasseis linhas
da História da Sozómeno.
(revisão da versão portuguesa por ama)
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