"Quia respexit
humilitatem ancillae suae" – porque olhou para a baixeza da sua
escrava... Cada vez me persuado mais de que a humildade autêntica é a base
sobrenatural de todas as virtudes. Fala com Nossa Senhora, para que Ela nos
ensine a caminhar por esta senda. (Sulco, 289)
Se recorrermos à Sagrada Escritura, veremos como a humildade é um
requisito indispensável para nos dispormos a ouvir Deus. Onde há humildade há
sabedoria, explica o livro dos Provérbios. A humildade consiste em nos vermos
como somos, sem disfarces, com verdade. E ao compreendermos que não valemos
quase nada, abrimo-nos à grandeza de Deus. Esta é a nossa grandeza.
Que bem o compreendia Nossa Senhora, a Santa Mãe de Jesus, a
criatura mais excelsa de todas as que existiram e hão-de existir sobre a terra!
Maria glorifica o poder do Senhor, que depôs do trono os poderosos e elevou os
humildes. E canta que n'Ela se realizou uma vez mais esta providência divina:
porque olhou para a baixeza da sua escrava; portanto, eis que, de hoje em
diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
Maria manifesta-se santamente transformada, no seu coração
puríssimo, em face da humildade de Deus: o Espírito Santo descerá sobre ti e a
virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o Santo
que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. A humildade da Virgem é
consequência desse abismo insondável de graça, que se opera com a Encarnação da
Segunda Pessoa da Santíssima Trindade nas entranhas da sua Mãe sempre
Imaculada. (Amigos de Deus, n. 96)
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